sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Lua Mágica

Título: Lua Mágica - O Outro Mundo
Autor: Wolfgang e Heike Hohlbein
Tradutor: Ana Cota

Sinopse: Kim é um jovem pacato cujo principal passatempo é acompanhar as aventuras do comandante Arcana, lendo os livros da saga "Guerreiros do Espaço". Mas, quando os pais lhe contam que a sua pequena irmã caiu num misterioso coma, Kim mergulha na frustração de nada poder fazer para a ajudar. Porém, um enigmático visitante de outro mundo arrasta Kim para o domínio da Lua Mágica. Ele vai comandar uma nave espacial, cavalgar através de perigosas florestas e montanhas, combater monstros e criaturas fantásticas... com o propósito de resgatar a Lua Mágica das garras de um cruel e fatal destino e, com isso, libertar a sua irmã do sono eterno.

Opinião: Este livro é daqueles que me põe triste. Por várias razões... É daqueles livros que tem tudo para ser um grande livro, mas que acaba como uma, perdoem-me, patética tentativa. Comprei-o deslumbrado com o  nome dos autores na capa: Wolfgang e Heike Hohlbein, ambos autores das sagas "Anders" e "Genesis" que apreciei muito e que conto reler (especialmente "Anders"). A capa deixou-me de pé atrás, tem um ar muito juvenil, mas digamos que preferi confiar nos autores (e no preço, quase nada).

Quando li a sinopse, fiquei outra vez de pé atrás. Um livro de fantasia, com monstros e armaduras e espadas e um aspecto medieval e cavalos, mas também com naves espaciais. Ui. Mais uma vez, fiei-me nos autores, que tinha em grande estima.

Depois de ler, posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que me desiludi, à grande. Eu já devia saber, desde sempre que tenho na cabeça a noção que para misturar naves espaciais e afins com magia e afins, ou se é um génio como não há memória, ou então sai asneira. Este livro pareceu-me um daqueles livros que eu sonhava escrever quando tinha doze anos. Uma batalha do Bem contra o Mal, que tenha naves a explodir e umas boas espadeiradas, gigantes, dragões e tudo o que eu conseguisse imaginar. Aliás, um dos principais pecados deste livro está nesse "tudo". É que tem mesmo tudo, se bem que acontece sempre demasiado rápido, do género uma grande e temerosa batalha ocorre em cerca de 3 parágrafos.

Juro que nunca li um livro tão anti-climático. Parecia que os autores estavam a gozar comigo. "E agora que já não temos mais nenhuma hipótese de sobreviver?!? Ah, afinal temos.". A sério, chega a ser ridículo. Já para não falar de toda uma série de coisas absolutamente hilariantes, como um rapazolas qualquer, que gosta é de ler ficção científica, saber comandar uma nave espacial, vestir uma armadura, usar uma espada, andar a cavalo, ter conhecimentos profundos de política medieval, ser esperado sem ser esperado, derrotar VÁRIOS cavaleiros MUITO maiores e MUITO mais experientes que ele, com uma cotovelada na barriga (aquela que se costuma ter atrás da armadura), saltar de uma altura de 10 metros sem praticamente nenhum arranhão, escapar ao mais tenebroso inimigo do Bem e ainda percorrer sem lá quantos quilómetros, na maior, sempre muito cansado, mas sempre desenrascado.

Perdoem-me os spoilers, mas acreditem, não perdem grande coisa. Eu até me sinto mal ao dizer que li este livro... É tão inverosímil, tão adolescente, tão ridículo. São livros como este que transmitem aquela ideia de que a fantasia não é a literatura. Porque esta fantasia, realmente, não é literatura nem nada que se pareça.

2 comentários:

Anónimo disse...

o livro é muito bonito e tem uma excelente mensagem, percebo o que diz quando retrata o livro como juvenil mas deve-se lembrar que se trata tudo da imaginação do pequeno Kim, e no fundo a mensagem do livro e que todos temos mal e bem dentro de nós

Rui Bastos disse...

Mas é muito fraquinho, especialmente tendo em conta a qualidade de outros trabalhos dos autores...