domingo, 23 de janeiro de 2011

Um Crime no Expresso do Oriente

Título: Um Crime no Expresso do Oriente
Autor: Agatha Christie
Tradutor: Alberto Gomes

Sinopse: Em pleno Inverno, Poirot encontra-se em Istambul, decidido a tomar o Expresso do Oriente. Depois de uma noite mal passada, a sua tranquilidade é perturbada quando uma tempestade de neve obriga o comboio a parar e aparecer o cadáver de um passageiro brutalmente apunhalado.

Opinião: Se tivesse que escolher um livro modelo do Poirot, seria este. Fiquei com a impressão que de todos os que já li (já foram uns poucos...) este é aquele mais típico, onde a personagem e os seus métodos de dedução têm o maior destaque, tão curiosas são as circunstâncias.

Vejamos: presos num comboio, no meio de um nevão, sem mais nenhum meio de investigação que não fossem as célulazinhas cinzentas. Poirot só pode observar a cena do crime, interrogar cuidadosamente cada passageiro, sem ter maneira de confirmar qualquer das histórias a 100%, e pensar. E faz isso mesmo. Através de um processo metódico e muito organizado, Poirot avança na investigação, dedução a dedução, até chegar à solução do crime, por mais inverosímil que esta pareça!

Poirot observou, interrogou e deduziu. Já para não falar que, como quase sempre, parece ter chegado à solução do crime muito antes de a revelar, o que só mostra o seu método de forma mais acentuada. O detective belga chegou à solução, mas só depois de provar todos os pontos da sua teoria é que a revela como sendo de facto a solução.

Foi uma leitura fascinante, embora eu já conhecesse a história e soubesse o final de antemão, bem como alguns pormenores. Foi também uma leitura rápida, para não variar, com os livros desta escritora, sempre tão bem delineados e viciantes, sem falhas. Fica definitivamente aconselhado, como não podia deixar de ser, bem como o filme que se baseia nesta obra, que espero rever um dia destes, para poder deixar a minha opinião por aqui.

6 comentários:

JK disse...

Por acaso comecei agora a ler este livro, e esta opinião fez com que ficasse com vontade de ir já pegar nele! (:
Adoro o vosso blog!!
Divulgem se puderem: http://universoparteleira.blogspot.com/

Rui Bastos disse...

Muito obrigado ;)

Paula disse...

Oh Rui, não achas que estes livros seguem sempre o mesmo modelo?
Eu só li dois da autora, mas já comecei a "implicar" com o método do Poirot e com a passividade de quem é culpado :P

Rui Bastos disse...

Bem, depende do que entenderes como modelo... É óbvio que praticamente todos os livros de Poirot têm a mesma estrutura (contextualização da situação/personagens, aparição de Poirot em cena, crime, as célulazinhas cinzentas a trabalhar, a reviravolta estonteante e a resolução do crime), assim como os de Sherlock Holmes a tinham (era-lhe apresentado o caso, Holmes lá utilizava dos seus processos de dedução quase mágicos para tirar conclusões a partir de coisas aparentemente insignificantes, havia uma reviravolta e descobria-se o culpado), mas isso é a estrutura fundamental, um policial não se pode dar a grandes luxos de estilo :p

Pessoalmente acho que Agatha Christie consegue variar muito, embora assente mais ou menos sempre na mesma fórmula, especialmente no que toca aos detalhes.

Quanto à passividade dos culpados, bem, é preciso ter em conta a época e o país. A inglaterra daquela altura era outra conversa... E os culpados eram normalmente pessoas da alta/média sociedade, muito donas de si.

Aconselho-te a leres mais livros da autora, talvez "As Dez Figuras Negras" (na qual Poirot nem aparece) e "O Assassinato de Roger Ackroyd", que tem uma perspectiva BEM diferente do habitual ;)

Paula disse...

Vou seguir o teu conselho e ler estes que referes, depois digo-te o que achei.
Abraço

Unknown disse...

eu li poucos livros dela, mais eu amo o modo como ela escreve.