sexta-feira, 29 de março de 2013

O Contrato Social

Título: O Contrato Social
Autor: Jean-Jacques Rousseau
Tradutor: Mário Franco de Sousa

Opinião: Quem ler este livro vai encontrar não só a visão que Rousseau tinha da sociedade, mas também a que tinha da Humanidade.

Para este autor, o Homem é intrinsecamente bom, e é a evolução da sociedade e da política que cria os homens maus. Uma opinião com a qual eu discordo, mas que está bem fundamentada ao longo das páginas.

Rousseau usa várias vezes o exemplo dos antigos romanos, o povo que segundo ele teve um sistema político mais próximo do perfeito, e que degenerou por pequenos erros cometidos ao longo da sua história, levando-o a ruir sob o peso da sua própria grandeza.

Mas nem só desse exemplo se faz este livro, muito menos apenas de exemplos. Rousseau teoriza como é que a sociedade evoluiu e como deveria evoluir idealmente para formar uma sociedade o mais perfeita possível, em que quem manda está em perfeito equilíbrio com quem é mandado. Do seu ponto de vista, o Contrato Social é um contrato de cooperação e entreajuda, e não de submissão.

A existência de um grupo restrito de pessoas a formar um governo, ou a elevação de uma única a rei, são ambas coisas que nascem naturalmente da evolução das próprias sociedades, conforme as necessidades e o tamanho de cada nação.

É a partir daqui que Rousseau argumenta que a ditadura nem sempre é uma coisa má, quando temporária, e que o problema de qualquer sistema de governação, seja ele uma monarquia, uma aristocracia, uma democracia, uma combinação mista das 3 ou outra coisa qualquer, é o poder subir à cabeça das pessoas e a própria política mais tarde ou mais cedo acabar por degenerar e de certa forma corromper as pessoas, por não ser perfeita.

Achei um ponto de vista bastante interessante, embora não tenha concordado com algumas coisas. A escrita do autor é clara e não se perde em floreados: Rousseau vai direito ao assunto e diz o que tem a dizer de forma a que se perceba, detalhe não tão pequeno quanto isso que muitas vezes falha em muitos livros desta natureza. É então um livro cuja leitura aconselho vivamente, especialmente se tiverem algum interesse por política.

2 comentários:

Tiago M. Franco disse...

É um autor que desconheço.
Quantas páginas tem o livro?

Rui Bastos disse...

A minha edição tem 158.