Sei que já falei deste assunto aqui e ali, mas acho que nunca me dediquei a falar a sério sobre as coisas que escrevo.
Além de opiniões e crónicas aleatórias, também gosto de (tentar) escrever umas coisas mais literárias. Principalmente contos.
Já o faço há muitos anos, e já tive muitas alturas de completa estagnação, mas estou numa boa fase. Não me lembro de alguma vez ter escrito tanto, e com os textos a agradarem-me tanto!
Um dos principais culpados é a Oficina de Escrita Fantástica, da Trëma. Não só os formadores, Rogério Ribeiro e Luís Filipe Silva, puxam por nós (normalmente com o esquema de "polícia bom, polícia mau", como alguém disse na última sessão, embora seja acidental: o Rogério é mesmo mau *riso maléfico*), como os participantes estimulam a criatividade e a motivação uns dos outros.
Foi um arranjinho perfeito, deixem que vos diga. E graças a isso estive este segundo ano da faculdade sempre com algo entre mãos para escrever. Os resultados até me foram agradando, de uma forma geral, e agora dou por mim e tenho praticamente uma ideia nova todos os dias, para começar qualquer coisa.
Seja um conto, um projecto blogoliterário a solo ou um acompanhado, um universo pessoal, um livro de FC ou um trio de novelas, alguma coisa me surge dia sim, dia sim.
Já se começa a tornar mau. Dou por mim com demasiadas coisas para escrever! Tenho uma pasta cheia de coisas começadas, um caderninho cheio de ideias apontadas, e ainda um quadro branco cheio de mais coisas para escrever e desenvolver! Stop it, brain!
É claro que digo isto da boca para fora... Só fico chateado por não ter tanto tempo para escrever como gostava de ter, no meu dia-a-dia em tempo de aulas. Mas é para isso que servem as férias, e garanto-vos que estou neste momento com mais coisas começadas e projectos em desenvolvimento do que da última vez que vos falei destas coisas, e com menos do que da próxima.
Mas falemos um pouco da minha escrita. Boa, má, razoável, asquerosa ou divinal, deixo essas considerações para alguém que possa olhar para os meus textos de forma imparcial. O que se passa é que vario muito de género de história. Ou variava. Escrevo de tudo um pouco, embora ultimamente ande mais inclinado para a fantasia e a ficção científica.
Os meus sonhos a este nível incluem: escrever um livro, publicar coisas, criar um universo de raiz, com uma história e uma mitologia própria, e escrever uma epopeia.
Os dois primeiros são óbvios. O segundo é algo que me surgiu há pouco tempo, mas bem, gostava de ter um pano de fundo completamente moldado por mim, em que pudesse agarrar e situar histórias, interligando contos e personagens, escrevendo um livro aqui e um conjunto de novelas ali, com contos de permeio... Enfim, um projecto ambicioso.
Mas já que estamos a falar de projectos ambiciosos, o que acham da minha ideia de escrever uma epopeia? Loucura? Louvável?
Não quero saber.
A epopeia deve ser o tipo de literatura que eu acho mais próximo da perfeição. Tem regras e características muito próprias, mas pode-se fazer virtualmente o que nos der na real gana. Um autor que escreva uma epopeia tem que ter atenção à história, às personagens, aos cenários, à escrita de uma forma geral, à narrativa, às descrições, mas também à melodia, ao ritmo, à musicalidade... Por vezes tem que se preocupar com a escolha de palavras a um nível de exigência que quem escreve um conto, ou um romance, não tem.
É uma mistura entre o poder narrativo da prosa e a beleza simbólica da poesia. E vice-versa. É literatura no seu pináculo mais elevado. Não é por acaso que Camões, Dante, Goethe, Homero, Virgílio e tantos, tantos outros, tenham sido elevados ao estatuto de lendas. Eles eram génios, e como génios que eram, escreveram epopeias.
Portanto sim, eventualmente gostava de conseguir escrever uma com um milionésimo que fosse da qualidade das que já li. Seria um gajo mais feliz.
E pronto, é isto. Agora já sabem mais pormenores sobre essa minha faceta. Talvez agora me possam ajudar, tenho pensado em publicar os meus contos aqui no blog, mas não sei se o deva fazer. Por um lado gostava de expor o que escrevo, e de obter feedback, mas por outro tenho receio que isso não se enquadre bem neste espaço.
Não sei. Digam de vossa justiça. Se me apelarem o suficiente ao ego, pode ser que me convença a fazê-lo. Era também uma forma de me manter motivado a escrever, saber que depois vinha aqui publicar os contos e tinha, pelo menos, pessoas a lê-los. Quem sabe...
4 comentários:
Eu acho que você deveria criar um blog próprio para os seus contos, para não gerar confusão. Criaria um post no Que a Estante nos Caia em Cima" de cada vez que quisesse anunciar o que tinha escrito no novo blog. Teria interesse em lê-los.
Isso é só a minha opinião.
Cumprimentos deste fã que o acompanha desde sempre.
https://www.facebook.com/sergio.knight1
:) É, a Oficina foi realmente um achado, um tesourinho (nada deprimente) para pôr o pessoal a escrever e juntar gente com projectos e ambições semelhantes. Tenho esperança que possa continuar com alguma regularidade e com o mesmo empenho dos participantes!
Ora bem, quanto à tua questão final... concordo com o comentário anterior (ia dar conselho semelhante, mesmo antes de o ter lido). Se utilizasses normalmente este blog para muita coisa diversa, talvez pudesse fazer sentido acrescentar mais essa faceta; mas como é claramente direccionado para a crítica do que vais lendo, talvez fizesse sentido publicares os contos num outro sítio aparte.
Lembra-te apenas que, se em algum caso pretenderes «vender» uma determinada história para alguma revista, site, estúdio de cinema (podemos sonhar, nao é?), etc., será provavelmente boa ideia mantê-la inédita.
i say: do it all!
quanto aos teus contos e afins, concordo com os dois comentários acima. se calhar podes criar uma hiperligação a partir deste blog, ou por exemplo uma aplicação qualquer que numa coluna lateral te pusesse os posts mais recentes de um outro blog, tipo rss feed.
either way, i'd follow :)
Obrigado aos 3 pelo feedback. Devo dizer que essa ideia de um blog para expôr os meus textos me atrai cada vez mais, mas nestas férias apercebi-me de que tenho pura e simplesmente demasiados projectos em mãos ou em vista.
Preciso de me organizar e pensar bem no que fazer, mas junta-se este à lista, em princípio :)
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