Título: O Tiro
Autor: Puskine
Tradutora: Margarida Pereira
Opinião: Correndo o risco de me repetir, não resisto a dizer que autores russos não me desiludem. O meu fascínio por estes autores é cada vez maior, e isso assusta-me, pois chegará o dia em que vou ler os grandes calhamaços, de que até sou capaz de gostar, mas que vão dar uma trabalheira desgraçada a ler.
Até lá, felizmente, os tipos até tinham juízo e não escreviam só clássicos intemporais com mais páginas que programas estúpidos na televisão. Volta e meia lembravam-se de escrever contos e livros mais 'canitos.
Este é um exemplo desses contos, que serve também como prova de que os sacanas dos russos faziam bem tudo aquilo em que se metiam. Pelo menos os mais conhecidos, vá. Nas coisas que já li, e que nem foram assim tantas, pronto. Mas acredito piamente que tenho razão!
A história passa-se entre duelos, vinganças, tiros não dados há 20 anos e tiros dados 20 anos depois disso, tem uma moral curiosa e está bem escrita.
Como bónus tem uma primeira parte que serve de pano de fundo: ajuda a situar as personagens, a caracterizar a situação de guerra que viviam, enfim, a criar uma ligação com a história que aí vem. Essa primeira parte faz esse trabalho de forma exemplar, sendo uma excelente introdução à parte do conto com o "sumo".
No fundo, e é isto que importa, O Tiro é um bom conto de Puskine, com um final no mínimo interessante.
2 comentários:
E tens, tens mesmo toda a razão, os russos são do melhor que há na literatura.
O meu fascínio cada vez é maior, e a minha vontade é juntar o russo à minha lista de "línguas a aprender para depois ler livros nessa língua"!
Enviar um comentário