Argumento: Jonathan Hickman
Desenhos: Steve Epting
Tradução: José H. de Freitas
Opinião: Fiquei bastante curioso ao ver esta capa. O Black Panther desperta-me a curiosidade desde sempre, o Iron Man nunca falha, o Doctor Strange é outro que me fascina, o Reed Richards é engraçado, vá, e o Raio Negro é uma boa personagem. Porque raio estariam a aparecer associados, e no seguimento das histórias anteriores?
Pois bem, uma das coisas explicou-se logo: não é bem no seguimento das histórias anteriores, e não sei se gosto muito dessa opção. Ou melhor, tenho sentimentos conflituosos. Se por um lado acho que é bom juntarem numa única revista a história relevante, que é tão normal perder-se nas entrelinhas e em títulos laterais ao "principal", por outro acho que é enganar o público.
Mas confesso que vou perdoar e inclinar-me mais para a primeira opção, porque acho que até fizeram bem a coisa. É um desvio à narração principal que faz sentido e que explica algumas coisas, conseguindo sempre ser interessante. É claro que ter um conjunto de personagens muito boas e fascinantes (juntem o Namor e o Capitão América àquela lista lá em cima) é um bónus que permite alicerçar a história no carisma colectivo, mas mesmo assim, acho que foi um bom trabalho.
Já os detalhes... Enfim, passo a explicar: estas personagens, juntamente com o falecido Charles Xavier, formam os Illuminati, um grupo secreto de super-heróis que de alguma forma coordenada os outros e age nos bastidores dos acontecimentos, garantido que tudo corre bem.
Não sei se já perceberam, mas isto é um grupo de elite com elementos de elite em relação aos seus próprios grupos de elite. E se percebo a inclusão de personagens extremamente poderosas como Doctor Strange, Raio Negro e Charles Xavier, assim como de crânios, como o Iron Man, o Black Panther e Reed Richards, a inclusão de Namor e do Capitão América deixa-me um pouco confuso.
Mas talvez isso tenha a ver com o facto de terem as Infinity Gems, um conceito que felizmente é conhecido o suficiente para eu não me ter perdido. Porque isto é um problema, este reset mal amanhado da Marvel, em que não há realmente nada novo, apenas se mata muita gente, ressuscitam-se algumas, arranjam-se desculpas para se ignorarem outras tantas, muda-se a numeração e pronto. Há uma continuidade muito forte que acaba perdida.
De qualquer forma fiquei agradado com este número. Tive pena de não se dar mais tempo de antena ao Doctor Strange, uma personagem que me tem fascinado bastante e da qual ainda sei e li pouco. Por outro lado a história é bastante focada, diria quase centrada, no Black Panther, uma personagem que me interessava mas que não conhecia muito bem, e que me surpreendeu pela positiva e de que maneira!
Inteligente, com poderes marados, fortes morais e uma personalidade grave de quem está habituado a carregar responsabilidades aos ombros, Black Panther além de herói, é um rei. Mas não é um rei distante, como Raio Negro, ou arrogante, como Namor, é um rei que só se distingue dos seus súbditos pela forma como se veste e pelas suas acções. Verdadeiramente fascinante e uma personagem que fiquei com vontade de explorar.
A história propriamente dita não é nada de especial, e consegue dar tempo de antena à inutilidade do Capitão América, que consegue, em cerca de vinte segundos, inutilizar a arma mais poderosa de todos os Universos. Juro que não sei como é que ainda o deixam usar o escudo.
Por agora é esperar pelo próximo comic, que pelo que percebi ainda vai seguir este grupo super-hiper-mega-ri-secreto. Eu estou curioso, e se não inventarem muito ainda conseguem melhorar isto.