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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Vingadores: O Último Acto (Marvel Salvat #2)


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: David Finch, Danny Miki, Frank D'Armata
Tradução: Paulo Furtado


Opinião: Começo a achar que as histórias dos Vingadores não têm muito para me dizer. Para além de sofrerem de um óbvio problema de chefia (o verdadeiro super-poder do Capitão América é, na realidade, a liderança), não me conseguem cativar de uma forma geral.

Grande parte vem do facto de não fazerem sentido. São a maior e mais poderosa equipa de super-heróis de sempre, e deixam-se enganar, vez após vez, por coisinhas menores.

Neste caso há uma personagem que volta a fazer das suas e que já não me surpreende (a sério, quantas vezes é que vão ter de morrer quase todos, antes de perceberem?

Enfim, o livro não é completamente desinteressante e tem uma boa premissa: as desgraças começam a acontecer em catadupa, tudo em cima dos Vingadores, sem que alguém faça a mínima ideia do que se passa realmente.

Até morrem alguns dos Vingadores, incluindo personagens mais ou menos não-secundárias. É um ponto positivo, dar consequências reais e palpáveis aos acontecimentos do passado. Digamos que é daquelas coisas que eu procuro sempre em qualquer história que veja/leia/oiça/o-que-quer-que-seja. Densidade narrativa, logo a seguir à coerência narrativa.

Este livro falha um pouco em ambos os campos e nunca deixa de ser um livro razoável. Tenho sempre pena destas coisas, pois até costumam ser histórias com bastante potencial, como este.

Ainda por cima o fim deixa mais do que um pouco a desejar. Há tantas personagens envolvidas em cada página, que não é fácil seguir e acompanhar toda a gente, o que não é bom. Pelo menos o úlimo capítulo está bem feito, graças à arte original de cada uma das histórias mencionadas, numa iniciativa que merece ser louvada!

sexta-feira, 6 de março de 2015

Vingadores vs X-Men #2: E então restou um (Universo Marvel #20)


Argumento: Matt Fraction, Brian Michael Bendis, Jason Aaron, Ed Brubaker
Arte: Olivier Coipel, Mark Morales, Laura Martin, Adam Kubert, John Dell, Larry Molinar, Justin Ponsor
Tradução: Paulo Moreira, Filipe Faria


Opinião: Tal como eu me lembrava, esta segunda parte é um bocadinho pior do que a primeira em muita coisa, principalmente por causa das tretas místicas. Não tenho muita paciência para a magia no universo Marvel, de tão mal explicadinha que é. O Dr. Strange é dos poucos heróis envolvidos nisso que suporto, porque ainda faz algum sentido, mas tirando isso...

E foi exactamente isso que apareceu nesta segunda parte. Até conseguiram obrigar o Iron Man a render-se à magia, como último recurso para derrotar a Fénix. Enfim.

Mas é nesta parte que há uma melhor evolução das personagens. O Iron Man sente-se mais culpado do que nunca, depois da sua tentativa de derrotar a Fénix ter resultado em fazer ainda pior, ao dividi-la por cinco mutantes que agora controlam, basicamente, o mundo. Esse sentimento é reforçado pela sua incapacidade em chegar a uma solução para resolver o assunto.

A forma como os cinco mutantes possuídos pela Fénix (Ciclope, Colossus, Namor, Emma Frost e Magik) evolui, caíndo cada vez mais rapidamente numa espécie de loucura e de alienamento de tudo o que os rodeia, também é muito interessante. São praticamente deuses, podem fazer o que muito bem lhes apetecer e modelar o mundo às suas vontades, portanto o que fazer mais? E como lidar com os Vingadores, agora pouco mais do que formigas para eles, que cada vez oferecem mais resistência?

Tudo piora quando estes cinco mutantes se começam a virar uns contra os outros, e as coisas descambam da pior forma possível. O final é interessante, e relativamente provocador. Deixa claramente em aberto o que vai acontecer a seguir, de tal forma este evento mudou a dinâmica das relações no universo Marvel, principalmente entre os X-Men e os Vingadores, e isso é bem visível nas histórias que se seguem (já li alguma coisa).

No geral, no entanto, este Vingadores vs X-Men fica um pouco aquém daquilo que eu esperava, por muito que a leitura me tenha entretido. Mas é também uma boa forma de terminar esta colecção, que me deixou com vontade de comprar as colecções anteriores a esta!

quarta-feira, 4 de março de 2015

Vingadores vs X-Men #1: O Dia da Fénix (Universo Marvel #19)


Argumento: Brian Michael Bendis, Jason Aaron, Ed Brubaker, Jonathan Hickman, Matt Fraction
Arte: John Romita Jr., Scott Hanna, Laura Martin, Olivier Coipel, Mark Morales
Tradução: Paulo Furtado, Paulo Moreira


Opinião: Já tinha lido esta história em inglês, e ficado fã. O plantel de argumentistas e de artistas é honestamente impressionante e mais do que razão suficiente para alguém se sentir minimamente curioso relativamente a este Vingadores vs X-Men. Ainda por cima com uma premissa com tanto potencial como ter as duas maiores equipas de super-heróis da Marvel a lutarem uma contra a outra, por causa da entidade cósmica conhecida como Fénix que já deu tantos problemas a tanta gente.

O início é exactamente esse. A Fénix vem aí. Os X-Men sabem-no e os Vingadores descobrem-no rapidamente, e não demora muito até estarem frente a frente, numa situação muito tensa que culmina no início das hostilidades entre o Capitão América e o Ciclope.

E o problema do livro começa aqui. Eu compreendo que é algo massivo que está aqui a acontecer, mas tudo se tinha resolvido se as personagens tivessem conversado como adultos para tentar resolver as coisas, em vez de se armarem em macho men e desatarem logo à porra. Além de que o papel da Fénix, como eu já tinha dito antes, é estranhamente acessório e secundário, para algo tão importante no Universo Marvel, especialmente quando se fala de mutantes.

Mas nada disto estraga as excelentes cenas de pancadaria, sem grandes rodeios. Claro que cai sempre naquela lógica estúpida de "vamos atacar, mas um de cada vez e contra alguém capaz de aguentar connosco" em vez de atirarem o Magneto para estraçalhar o Wolverine, ou algo parecido. Já o disse na opinião anterior e continuo a dizê-lo!

A arte, essa, oscila entre o bom e o mediano, portanto não me chateou muito. Sempre que a Fénix aparece, fizeram disso algo grandioso e espectacular, o que é bom, mas de vez em quando há uns momentos mais fracos que deixam muito a desejar.

Toda a evolução do enredo é feita a um bom ritmo, e este livro termina num ponto crucial, com o Ciclope, já depois de semi-possuído pela Fénix, a dizer "Chega de Vingadores.", ecoando o "No more mutants." da Scarlet Witch, no final do evento "Dinastia M". É um bom final e um óptimo ponto para parar e esperar pela leitura do livro seguinte. Se bem me lembro, há algumas coisas que pioram, com a introdução de umas balelas místicas e tal, mas vai continuar a ser interessante, isso sem dúvida!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Cerco (Universo Marvel #13)


Argumento: Brian Michael Bendis, Fred Van Lente
Arte: Michael Lark, Stefano Gaudiano, Matt Hollingsworth, Lucio Parrillo, Mark Morales, Laura Martin, Steve Epting, Salvador Larroca, Esad Ribic, Mike Perkins, John Romita Jr., Mike Deodato, Giuseppe Camuncoli, Trevor Hairsine, Mike Choi, Sonia Oback, Dale Eaglesham, Travel Foreman, Kyle Hotz, Klaus Janson, Frank D'Armata, Rain Beredo, Dave McCraig, June Chung, Dan Brown
Tradução: Filipe Faria


Opinião: Desconexo. Épico, sem dúvida, mas desconexo. Nada faz uma boa história como uma cidade mitológica a flutuar por cima dum descampado americano, com os seus habitantes a serem postos em tribunal por estarem em propriedade privada. Um clássico.

A inversão de posições, vilões <-> heróis, é peculiar e tem ecos que ainda reverberam nos eventos de hoje em dia, em que acontece exactamente isso, mas de forma mais radical. O twist de que as coisas não são bem assim é que já é mais prevísvel, mas pronto.

E a arte... Tirando o capítulo esquizofrénico que funciona muito bem, com várias histórias de origem condensadas em meia dúzia de vinhetas com artistas sempre diferentes, achei os desenhos e as cores bastante banais. Não se destacam, vá.

Mas isso não é importante quando enredo avança tão devagar. Nem todas as personagens que acompanha são propriamente relevantes, e as que acompanha, insiste em fazê-lo várias vezes em momentos que não interessam para nada.

No fim, é uma leitura que dá para entreter, mas é muito fraquita...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

X-Men #10


Argumento: Brian Michael Bendis, Brian Wood
Arte: David Lafuente, Jim Campbell, David López, Laura Martin, Chris Bachalo, Tim Townsend, Mark Irwin, Jaime Mendoza, Victor Olazaba, Al Vey, Marte Gracia
Tradução: Filipe Faria

Opinião: É com alguma pena que escrevo esta opinião. Porquê? Porque tornou-se oficial o fim destas revistas por cá. Foi uma experiência que correu mal!

Já muito foi dito sobre a situação, e a minha opinião é simples: má distribuição, péssima divulgação, um público-alvo muito específico e má gestão de conteúdo (virem séries diferentes intercaladas às vezes estragava um bocado), são estas as razões para o fim da publicação.

E é realmente uma pena, porque estava a começar a ficar interessante. A sério. Depois de muita conversa e um ritmo lento, o evento Batalha do Átomo, com reminiscências de Dias de um futuro esquecido, prometia. Incluía uma terceira versão de Hank McCoy e... o Deadpool!


É claro que abusaram um bocadinho da sorte, que a história já estava a ficar demasiado confusa, mas eu acho que até ia evoluir de forma positiva e conseguir ultrapassar o facto de se defrontarem quatro equipas mutantes, três das quais são apenas translações temporais umas das outras.

Havia aqui potencial, claramente, que vai ficar em aberto, porque se quiser continuar, tenho que ir em busca das versões inglesas (ou brasileiras). Uma pena.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

X-Men #9


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Frazer Irving, Frank Cho, Stuart Immonen, Wade Von Grawbadger, Marte Gracia
Tradução: Filipe Faria

Opinião: As partes correspondentes aos Uncanny X-Men continuam a deixar um sabor amargo. E por duas razões muito simples: a falta de ritmo e direcção da história criada por Bendis para a facção "menos boa" dos X-Men, e a arte de Frazer Irving, da qual não fiquei fã. Pelo menos não neste contexto.

Acho que é uma arte muito mais adequada a outro tipo de BD. E mesmo assim, tinha que ser algo muito específico. Gosto muito mais de ver uma arte mais cartoonizada, como a que aparece na primeira parte da Batalha do Átomo, uma história que promete, embora me dê algum receio, por causa destas brincadeiras de viagens no tempo.

É óbvio que isto não é mais do que um reaproveitar, à là Bendis, do famoso arco narrativo deste grupo que deu origem ao mais recente filme: Dias de um Futuro Esquecido. E isso podia ser óptimo, porque essa história, realmente, é das melhores de sempre dos X-Men, mas Bendis falha em algo muito básico, que é em dar algum carácter de urgência aos acontecimentos.

O que sucede é uma catadupa de desgraças que me deviam, enquanto leitor, ter motivado a ficar preso à história, ansioso por saber o que espera por estas personagens, mas Bendis conseguiu que eu ficasse tão emocionalmente desligado destes X-Men, que eu simplesmente não quero saber. Desde que vi a capa que estou mais curioso em saber como é que o Besta evoluiu para aquela figura grotesca com laivos de ave, do que propriamente em descobrir o que é que vai acontecer a seguir.

Isto leva a que tudo aconteça sem grande continuidade, mais como catalisadores de acção do que acção propriamente dita. O que é uma pena. A verdade é que estas revistas me têm vindo a desmotivar, e por muito que eu goste deste grupo, e vá gostando de cada novo número mensal, começo a duvidar que isto alguma vez vá ficar mesmo bom...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

X-Men #8


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Frazer Irving, Chris Bachalo, Tim Townsend, Mark Irwin, Al Vey, Jaime Mendoza
Tradução: Filipe Faria

Opinião: A conclusão da história de Magia é seguida pela continuação dos eventos directamente relacionados com o arco narrativo principal de lutas entre facções mutantes. E o que é que eu tenho a dizer?

Meh. Mas não quero ser injusto. Este número já foi interessante e beneficiou de não ser ultra-confuso, como alguns dos anteriores, devido à alternância entre o título principal e Uncanny X-Men, com histórias bastante tangentes.

Ainda não me consegui habituar a ver o Magneto de branco, mas o Ciclope fica melhor assim, sem dúvida. O resto das personagens parece que só existem quando são relevantes para o enredo. Magia teve algum destaque nos últimos tempos, pois foi literalmente o foco da mini narrativa dos últimos meses, mas Emma Frost e os novos mutantes que se juntaram a esta facção não podiam ser mais unidimensionais e ocasionalmente irritantes.

Felizmente as coisas melhoram, perto do final, com traições e revelações chocantes ao virar de cada página, a acrescentar alguma intriga a uma história que começa a cair demasiado na conversa e nos debates éticos e não sei quê.

Isto é BD da Marvel sobre os X-Men. Quero ver porrada! Inimigos poderosos! Eventos chocantes! Utilizações interessantes dos poderes de cada um!

Mas pronto, vamos lá ver. Mais dia menos dia chega o evento Battle of the Atom, do qual não sei o que esperar, para ser honesto. Mas pode ser que pelo menos haja mais acção!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Invasão Secreta (Universo Marvel #5)


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Leinil Francis Yu, Mark Morales, Laura Martin, Emily Warren, Christina Strain
Tradução: José de Freitas


Opinião: Bem, acho que encontrei o pior livro da colecção. Não, não preciso de ler os próximos, tenho a certeza que será muito difícil aparecer algo pior que isto.

Não achem que estou a exagerar, a história é interessante e tem potencial, mas a forma como está escrita é muito desagradável.

Para terem uma ideia do potencial desperdiçado, fiquem a saber que o inimigo aqui são os Skrulls, uma raça de aliens metamorfos que conseguirem infiltrar-se no mundo dos super-heróis, ao longo de vários anos. Estiveram por trás de alguns eventos massivos e importantes, como a Guerra Civil, e a descoberta da sua infiltração conseguiu destabilizar por completo todas as super-facções, incluindo vilões.

A certa altura aparece um exército Skrull em que cada soldado é uma mistura de vários dos nossos heróis. Se a primeira palavra que vos vem à cabeça não é "imparável", sois loucos. E o Bendis é claramente louco.

A forma como ele guia a história, para além de extremamente confusa por nem ele nem o desenhador conseguirem lidar com heróis e cópias Skrull ao mesmo tempo, não leva a lado nenhum. Criam-se uma série de situações interessantes e potencialmente fatais/interessantes, que nunca se concretizam realmente.

Ou seja, este livro tem apenas páginas e páginas de história desperdiçada. É que podia ser tão, tão bom, e saiu, na minha opinião, miserável. Depois de Legado me ter desapontado, veio isto, portanto espero bem que o próximo seja bom!

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

X-Men #7


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Chris Bachalo, Tim Townsend, Jaime Mendoza, Al Vey, Victor Olazaba, Frazer Irving
Tradução: Filipe Faria

Opinião: Panini, Panini, Panini... Temos que conversar. Não te preocupes, não quero que a nossa relação acabe, mas... Assim não pode ser.

Eu sei que o problema não é inteiramente teu, eu sei, não tens culpa que o Bendis goste tanto de pôr as personagens a conversar para o enredo avançar, em vez de deixar as coisas acontecer. Eu sei. Também compreendo que as questões de logísticas são complicadas, e que estas publicações mensais são um risco por si só, mas tens que fazer alguma coisa.

Continuares a vender duas revistas americanas fundidas numa só não dá com nada. Estás só a fazer render o peixe, pois consegues ter revistas para vender durante mais tempo, obrigando as pessoas a comprar tudo como uma continuidade, quando não é bem assim. E eu não estou a gostar disso Panini, não estou a gostar mesmo nada.

Da primeira vez que aconteceu, na revista #4, deixei passar. Até gostei, compreendes? Era novo, mas era a mesma coisa... E era uma perspectiva interessante. Mas agora até já começo a duvidar se sabes o que andas a vender. Tu já conhecias esta história? Já tinhas lido estas revistas? É que não está a resultar.

Calma, não é preciso gritares, eu explico. O enredo deste pedaço do universo Marvel avançou durante estas sete revistas o equivalente a cinco revistas. Estás a ver o problema? Se fosse uma coisa mais linear, eu neste momento tinha acabado de ler algo que só devo ler daqui a pelo menos dois meses.

Desta forma parece que estou a ler a mesma coisa há dois meses. Os pontos de vista são diferentes, é certo, e existem histórias paralelas que, concedo, também merecem o seu direito de antena, mas junta-se este atraso à vontade imensa que o Bendis tem de escrever diálogo e a sensação é que a leitura se arrasta.

O que é uma pena, digo-te já Panini... Porque eu gosto muito dos X-Men, e até estava a apreciar acompanhar esta história, depois de mais uma espécie de reset ao universo Marvel, mas já me começo a questionar se não teria feito melhor em pegar no Homem-Aranha.

Sabes o que isto significa, não sabes? Desculpa, a sério, foi porreiro ver a Magia a ser arrastada para o Limbo, e ver porrada com demónios e isso tudo, mas além disso as únicas coisas de útil que se tiraram daqui foi que a S.H.I.E.L.D. se vai meter ao barulho e que os novos mutantes são putos das novas gerações, imbecis e irresponsáveis!

E lá está, a culpa não é inteiramente tua. Não foste tu que escolheste o Frazer Irving para desenhar expressões faciais horripilantes e completamente desadequadas. Mas foste tu que criaste esta salganhada. Disso não te safas. Podias ter efectivamente criado dois títulos e fazer exactamente o mesmo plano de vendas, mas com uma clara separação entre as coisas. O número #4 dos X-Men seria o número #1 dos Outros X-Men, ou coisa que o valha, e a separação para o leitor era evidente.

Como está, por mais que eu queira separar, a minha mente não me deixa fazê-lo completamente. Não te preocupes, a maior parte da culpa é do Bendis (e das expressões faciais que o Irving desenhou, eugh), do seu enredo super lento e das suas personagens a 2D. Mas acho bem que a coisa melhor, se não acho que vamos ter que nos afastar durante uns tempos...

sexta-feira, 25 de julho de 2014

X-Men #6


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Stuart Immonen, Wade Von Grawbadger, Rain Beredo, Marte Gracia, David Lafuente
Tradução: Filipe Faria

Opinião: Finalmente consigo apontar uma personagem como favorita! Senhoras e senhores, cromos e cromas... O Homem de Gelo original!

Sim, é verdade. Nunca foi das minhas personagens favoritas em nada do que li, mas esta versão tem-se excedido. Tem um estilo parecido ao do Homem-Aranha - jovem, brincalhão, gozão, mais competente do que aparenta e muito, muito engraçado - e tem vindo a ganhar a minha admiração.

Neste número consegue vencer as minhas dúvidas, ao ser a única personagem racional e que parece ter noção de tudo o que se passa. Um pouco como uma personagem num filme da Disney que se questiona porque raio está toda a gente a cantar. É assim que esta iteração do Homem de Gelo funciona, e sempre de forma engraçada!

Já a história avança um pouco, mas não muito. A ideia com que fiquei na primeira leitura foi a de que acontecia muita coisa, mas uma segunda vista de olhos revela que é tudo fogo de vista. Muito espalhafato e pouco desenvolvimento.

Começa bem e tudo, mas depois volta atrás e meh. Quando consegue novamente chegar à cena de pancadaria, esta é constantemente interrompida por diálogos e exposição do enredo, porque o leitor é demasiado idiota para perceber o que se está a passar.

É uma pena, mas pronto, é suportável. De resto não há muito a acrescentar, diga-se de passagem. A história desenvolve pouco, como já disse, mas confesso que há algumas revelações importantes, ainda que previsíveis.

Só mais três coisas: a arte do terceiro comic incluído nesta revista é bastante diferente do resto, ligeiramente mais cartoonesca mas bem interessante; a Jean Grey vinda do passado dá de caras com... a filha dela? Acho que é. Acontece duas vezes e nenhuma das duas tem uma reacção decente. Eu esperava mais drama, mais gritaria, mais desmaios, mas nada, concordam tacitamente em ignorarem-se mutuamente e tudo fica bem; por fim, há um momento que está bem patente na capa, e que embora me pareça ser um desrespeito às histórias originais, não posso deixar de encarar como a victory for the nerds!

Estou com algum receio daquilo que Bendis vai fazer daqui para a frente. Estas mudanças em personagens do passado são muito perigosas, e o argumento parece pronto para começar a abandalhar a esse nível, o que muito provavelmente não será nada, mas nada, agradável. É esperar para ver, suponho.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

X-Men #5


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Stuart Immonen, Wade Von Grawbadger, Marte Gracia, Rain Beredo

Opinião: Depois de quatro números em crescendo, esta quinta parte de X-Men perde o fôlego. A capa promete muita porrada e uma história repleta de acção, mas desenganem-se.

Foi como se tudo tivesse parado, especialmente tendo em conta que isto pega na parte que ficou pendurada no número três, já que o quatro correu de forma mais ou menos paralela aos números anteriores.

Alguma conversa, alguma proto-política mutante, muitos discursos inflamados e emocionados e pouca porrada. Os X-Men originais estão, acima de tudo, confusos; os actuais estão divididos e muito chateados; a facção liderada pelo Ciclope do presente estão muito seguros de si e cheios de vontade de iniciar uma guerra; e há ainda uma facção liderada pela Mística, que tem um qualquer plano secreto mas que por enquanto faz o que um vilão faz de melhor: lançar o caos.

O grande ponto negativo, no entanto, é mesmo a uniformização das personagens. As mais marcantes, como Wolverine, têm rasgos de individualidade, mas o que acontece de uma forma geral é que soam todas ao mesmo.

Não sei se é do estilo de Bendis ou se os comics contidos nesta revista são mais fracos do que o habitual, mas todas as personagens parecem falar da mesma forma, com os mesmos tiques, o mesmo tipo de saídas, as mesmas reacções... E isso é mau, muito mau, pois enquanto leitor quero é identificar e distinguir as personagens, quero ser capaz de dizer "aquela personagem fez algo muito fixe!" ou "esta personagem não esteve muito bem", mas não sei bem quem disse o quê. No fundo, parece-me que foi o argumentista a falar, e não as personagens...

O tipo de humor é de facto engraçado, mas não faz sentido da forma como está a ser usado. A narrativa até tinha vindo a evoluir de forma positiva, tal como faz aqui, ainda que mais lentamente, mas as personagens perdem-se frequentemente em discursos e confrontos verbais que mais parecem conversas de loucos - alguém a falar consigo próprio.

Mesmo assim não é uma má leitura, e não me lembro de outro mês em que tudo tenha ficado tão em aberto... Houve algumas surpresas, algumas coisas não tão surpreendentes quanto isso, e um certo avanço no enredo, que corria o risco de estagnar mas que se limitou a abrir todos os caminhos possíveis e a deixar-me a pensar por onde vai seguir agora. Em Julho saberemos.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Avengers vs X-Men


Argumento: Brian Michael Bendis, Matt Fraction, Jason Aaron, Ed Brubaker, Jonathan Hickman
Ilustração: John Romita Jr., Olivier Coipel, Adam Kubert




Opinião: Avengers vs X-Men foi um dos eventos mais publicitados de sempre, e por bons motivos. Não é todos os dias que um dos grandes nomes da BD norte-americana confronta os seus dois maiores universos, neste caso o dos Vingadores e o dos X-Men.

A premissa mais básica é excelente: os mutantes foram devastados por uma Scarlet Witch enlouquecida, no evento House of M, e têm agora uma oportunidade de fazer renascer a sua raça, mas a forma como o querem fazer não é propriamente bem vista, de tal forma que os Vingadores se erguem e se declaram activamente contra os X-Men.

O facto de usarem a força Fénix... Bem, isso soa mais a jogada desesperada para aproveitar a (ouvi dizer) excelente saga da Dark Phoenix e atraírem novos leitores, naquele que foi um evento que antecedeu um novo mais-ou-menos-reset.

Tirando isso, no entanto, esta saga tinha tudo para funcionar. A hipótese de por uma vez assistirmos a heróis contra heróis, depois de um evento que também teve algum sucesso, a Civil War. Era interessante e prometia! Mas no entanto...

Bem, para começar, o problema aqui é a força Fénix. Ela sente-se atraída à Terra, aparentemente direccionada a uma mutante nova, a única nascida depois da matança da Scarlet Witch, convenientemente chamada Hope. Porquê? Bem, por causa de... coisas. Nunca se percebe muito bem. O papel da força Fénix acaba por ser quase acessório, embora tenha uma importância central a toda a história, e é pena, porque é uma força cósmica que a Marvel teria todo o interesse em desenvolver como deve ser.

Mas quer dizer, se ignorarmos o enredo ligeiramente aleatório e nos focamos nas cenas de pancadaria... Ok, e se ignorarmos o facto de lutarem à vez, tipo videojogo, e de não atirarem logo um Magneto para torcer o Wolverine todo, e coisas assim, óbvias, é muito porreiro de ver! E não há cá mariquices diplomáticas: "viemos fazer isto", "nós não deixamos", "Vingadores, porrada neles". Assim é que é bom!

A arte varia um pouco, entre o bom e o medíocre, mas uma coisa tenho de conceder, é que todas as cenas que envolvam a Fénix ou algum tipo de fogo estão simplesmente impecáveis, o que é uma grande mais valia. E depois há intrigas e conversas de bastidores e, como não podia deixar de ser, o Capitão América a ser um grandessíssimo atrasado mental.

Diga-se o que se disser, esta história nunca teria existido se o Capitão América e o Ciclope tivessem falado como dois adultos e tivessem tentado resolver tudo a bem para os dois lados. Mas não. Tem que ser à força, e não há hipótese de conciliação: ou fazes como eu quero, ou partimos para a violência.

Felizmente existe o Wolverine. Para além de dar sempre jeito ter um desses à mão de semear, quando se fala de violência, é uma personagem e pêras. Tem aqueles instintos animalescos mas nunca deixa de ouvir a voz da razão. Tem motivos reais, problemas reais e dúvidas humanas. É o mais animalesco dos X-Men, mas também o mais próximo de nós.

Pelo meio tudo se tornou muito mais interessante, quando a Fénix foi despedaçada e se dividiu por cinco mutantes (embora porquê aqueles cinco exactamente...). Foi surpreendente e mudou um pouco as regras do jogo. Começou-se foi a notar uma certa repetição na pancadaria, e sim, eu sei que só é possível inovar nas formas de dar porrada até um certo ponto, mas especialmente num evento tão focado nisso mesmo, e com tantos heróis por onde pegarem, podiam ter feito umas lutas bem mais interessantes.

A partir da metade as coisas avançam a um bom ritmo, há um bom desenvolvimento das personagens (go Namor!), a Fénix começa a ter intrigas contra si própria, os seus poderes só parecem aumentar e tudo parece condenado. Os Vingadores são verdadeiros ratos encurralados, e há um volume maioritariamente do ponto de vista do Homem-Aranha que é muito interessante, está uma personagem impecável, bem desenvolvida e bem trabalhada, tem um percurso bastante satisfatório, é muito engraçado e pronto, salva o dia!

Era escusado era a quantidade de, como eu carinhosamente lhes chamo, tretas místicas. Quais é que são as regras da magia neste universo? Entre o Doctor Strange, a Magik, a Scarlet Witch, o Iron Fist e companhia, a terra mística onde todos se escondem, o dragão (essa parte foi fixe) e tudo o mais, o que raio se passa aqui? Gostava de perceber, mas a verdade é que esta fase final está porreira, bem mais do que o começo.

Mesmo a chegar ao fim, a história fica muito intensa, e os argumentistas tomam umas decisões muito corajosas e que acho que funcionam muito bem, tudo a caminhar para um fim bastante satisfatório.

A opinião geral, no entanto, não é assim tão boa. Eu gostava muito de avaliar isto pela sua fase final, mas aquele começo lento e algo atabalhoado, já para não falar dos problemas de enredo e as personagens unidimensionais, impedem-me de ter gostado assim tanto. Foi uma boa leitura, é verdade, mas esperava mais, muito mais.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Vingadores Cósmicos (Guardiões da Galáxia #1)


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Steven McNiven, John Dell, Justin Ponsor, Sara Pichelli, Mark Morales, Yves Bigerel, Mike Oeming, Rain Beredo, Ming Doyle, Javier Rodrigues, Michael Del Mundo
Tradutor: Paulo Moreira


Opinião: Divertido até ao tutano. Digo mais, prefiro esta equipa aos Vingadores! Acho é que tirava o Iron Man desta mistura, embora seja sempre agradável encontrá-lo. Parece-me que só aparece para chamar as pessoas, porque é uma cara que conhecem e de quem gostam.

Ignorando isso, o que temos? Um bando de inadaptados, vindos de sítios muitos diferentes, com motivações muito diferentes, unidos numa demanda comum e, no fundo, bem intencionada.

O que mais me espantou foi a caracterização de cada uma das personagens. Consegue-se sentir a personalidade distinta e marcante de cada um, desde a atitude despreocupada, mas nobre, de Peter Quill, o Senhor das Estrelas, até à fúria mal contida de Drax, o Destruidor. O silêncio implacável de Gamora, filha adoptiva de Thanos (também conhecido como o tipo de queixo roxo que aparece no fim do filme dos Vingadores), e uma das melhores assassinas do universo, é simplesmente palpável. Por fim, o duo de Rocket Raccoon, o guaxinim maníaco, e Groot, a árvore ambulante de vocabulário limitado, é fantástico.

As personagens complementam-se e cada uma delas é digna de ser acompanhada. Os Guardiões da Galáxia são um super-grupo bastante mais suis generis que os Vingadores, e isso acaba por funcionar muito a favor deles. Não se levam demasiado a sério e são basicamente foras da lei.

Além de que, convenhamos, um guaxinim psicopata, uma árvore (mais ou menos falante), um berserker, uma assassina e um bandido profissional? O que é que pode correr mal?

Gostei bastante de ver a ligação deste grupo com a BD dos Inumanos que li há uns tempos: o pai de Peter é nem mais nem menos que Jason, o príncipe de Spartax, expulso do seu planeta durante os acontecimentos de Inumanos. Agora é rei e só causa desgraças.

A melhor parte deste livro, no entanto, foi a quinta e última, com capítulos centrados em cada uma das personagens do grupo, não necessariamente ligadas a uma história maior, mas mais focadas em apresentar as personagens, os seus dilemas e a revelar um pouco das suas origens e dos seus carácteres.

No fim foi uma leitura bastante divertida, com uma história bastante consistente, um aglomerado interessante de vilões cósmicos, cenas de acção e pancadaria impecáveis, e interacções brilhantes dos membros do grupo uns com os outros e, bem, com tudo. A acompanhar!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

House of M


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Olivier Coipel

Opinião: Tenho alguns sentimentos contraditórios relativamente a este livro. Tenho acompanhado o trabalho de Bendis nos X-Men que têm saído por cá desde Fevereiro, e embora não o ache tremendo, não tenho ficado desapontado.

Mas aqui falta qualquer coisa. Talvez a arte esteja demasiado sóbria, com expressões faciais um pouco estranhas e mais músculos do que outra coisa, por todo o lado, mas qualquer coisa não liga bem com o argumento de Bendis.

Só que depois... Bem, a história em si é magnífica. Consegue lidar com uma das mutantes mais aberracionalmente poderosas de sempre, Scarlet Witch, irmã de Quicksilver e filha de Magneto. Os seus poderes de alterar a realidade são monstruosos. Bem vistas as coisas, se ela aparecer em batalha, mais vale desistir e cortar a própria cabeça.

Scarlet Witch, Wanda, consegue manipular a realidade. Literalmente. De tal forma que esta história é essencialmente sobre a vida alternativa que ela cria, transformando Magneto num rei/imperador dos mutantes, a governar numa zona idílica que parece ser o centro de atenção de todo o mundo, que está repleto de mutantes sem medo de mostrarem os seus poderes.

É claro que teve de se passar dos carretos antes disto e, pelo que percebi, já que não li nada anterior, a tipa teve um acesso de loucura e matou uma data de gente. Agora, como tinha de ser, está mais para o lado da insanidade do que outra coisa.

Numa altura destas, quando pressionada... Bem, digamos que qualquer coisa que envolva uma mutante tão poderosa como Wanda, nada interessa.

O mundo alternativo criado é perturbador, se se souber bem o que se está a passar: há personagens que parecem ter voltado dos mortos, ligações estranhas entre outras personagens, enfim, uma data de diversões.

Estou é a dispersar-me. Vejamos. A história é magnífica. O conceito de criar uma realidade alternativa em que toda a gente vê os seus desejos mais íntimos cumpridos é utópico. E completamente fazível para esta pessoa.

A forma como Wolverine desencadeia uma reacção em cadeia que "desperta" uma série de personagens para o que se está a passar, é muito boa, assim como o consequente confronto com Magneto e o resto dos vilões-que-agora-são-os-fixes.

Mas a história tem um ritmo lento. Só de vez em quando é que tem uns acessos de rapidez, atira para a mistura umas cenas de acção com montes de coisas a acontecer ao mesmo tempo, e depois volta ao seu ritmo lento e pausado, de suspense e tensão estupidamente crescente.

Felizmente esta tensão crescente tem uma finalidade bem definida e que dá uma série de conclusões finais muito interessantes para este livro. Desde a descoberta do que realmente se passou até a um final absolutamente pitch perfect com uma conversa entre Magneto e a filha, há ainda tempo para uma perturbadora visita ao Cerebro, em busca de mutantes pelo mundo fora.

E é assim que Bendis me mostra que é um autor a seguir, embora a história deste House of M tenha ficado um pouco aquém. Pelo menos com os X-Men que andam a sair actualmente parece ter aprendido a lição.

Livro mediano, história magnífica, autor interessante. Poucas foram as vezes em que me senti tão confuso relativamente ao que dizer sobre um livro. A prova de que uma boa história pode fazer um bom livro? Gosto de pensar que sim.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

X-Men #4


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Chris Bachalo
Tradução: José de Freitas e Filipe Faria

Opinião: Esta capa é muita porreira. O Ciclope assim vestido é simplesmente perturbador, e ver o Magneto completamente de branco, com um capacete e esconder-lhe a cara por completo... Muito bom!

Agora deixem-me só passar ao fim por uns instantes.Demorei um pouco a aperceber-me do que se estava a passar, mas fiquei bastante satisfeito quando o entendimento me banhou na sua gloriosa lucidez. Se alguém ainda não tiver lido e quiser fazê-lo, fica já avisado que vou revelar coisas relativamente essenciais sobre o enredo... Bem, o momento de lucidez fez-me perceber que o final desta revista é exactamente o final da revista anterior.

Fascinante. Eu já devia estar à espera que numa história que brinca com viagens no tempo se fossem pôr com estas brincadeiras, mas isto foi muito bem feito. Estive a leitura toda a pensar em como é que esta história ligava com a revista anterior!

Mas não estou a ser muito claro, vamos por partes. À semelhança da revista dos Vingadores, esta também vai ter duas revistas originais a conviver, neste caso os X-Men e os Uncanny X-Men. Os mais ou menos bons e os mais ou menos maus, se quiserem. E depois de três números a seguir única e exclusivamente os primeiros, esta e a próxima vão acompanhar os segundos.

Isto cria-me um problema. Não sei sinceramente que grupo prefiro. Ok, não é bem um problema, uma vez que posso acompanhar os dois, mas não sei por qual torcer! Se por um lado tenho os misfits, jovens, adoráveis, esperançosos e lutadores, do outro tenho os anti-heróis, sem medo de combaterem a autoridade por aquilo em que acreditam, e que ainda por cima são indiscutivelmente mais badass.

Além disso, ambas as linhas narrativas são interessantes. Ou melhor, ambas as perspectivas da linha narrativa são interessantes. O que me agrada bastante é o facto de, ao contrário dos Vingadores, aqui se estar basicamente a seguir ambos os lados da disputa. Acho que isso no futuro vai ter repercussões interessantes... Aliás, já tem, com estas duas revistas a decorrerem basicamente em paralelo!

Em termos de personagens, o que tenho a dizer é que não sou fã do Ciclope mas ele está no bom caminho. Mais implacável, mais frio, corre o risco de se tornar realmente perigoso. O Magneto, por sua vez, não sei bem... Fascina-me, a personagem. Ele já há muitos anos que não é exactamente mau (na sua génese era um arquivilão típico), e aqui cimenta essa posição dúbia, sendo provavelmente a personagem com a qual é mais fácil o leitor identificar-se. Durante a maior parte do tempo, pelo menos.

O resto das personagens são-me relativamente indiferentes, mas não posso negar que a espada gigante e mágica da mutante Magia é porreira, e que os dilemas da Emma Frost ainda vão dar muita bodega à qual mal posso esperar por assistir!

Agora é esperar pelo próximo mês, mas estou a gostar bastante desta minha aposta de acompanhar os X-Men!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

X-Men #3


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Stuart Immonen e David Marquez
Tradutor: Filipe Faria

Opinião: Por mais fascinantes que eu os ache, é melhor que estes X-Men se desenvolvam rapidamente, porque isto corre o risco de se tornar fraco.

Neste comic já há um pouco da acção acelerada, divertida e inconsequente que caracterizam as típicas histórias de super-heróis, bem como o humor a piscar o olho aos filmes, mas não me convenceu.

O argumento até está bem construído, a forma como o Scott do passado lida com o facto de estar no futuro e a forma como o Scott do presente não lida com o facto de ver uma versão sua vinda do passado, por exemplo. Ou o fascínio do Anjo pelo seu eu mais novo e o mistério que este último não consegue deixar de sentir no seu eu mais velho.

É terreno perigoso, concedo. Viagens no tempo são muito complicadas de trabalhar, entre paradoxos e situações estranhas e imprevisíveis, mas uma coisa é certa: pode-se tornar muito interessante com uma velocidade impressionante.

Infelizmente Bendis apenas aborda esses assuntos muito ao de leve, preferindo "perder" mais tempo a desenvolver as personagens e a fazê-las interagir umas com as outras, o que não é mau, antes pelo contrário. Só se torna desagradável quando em tão pouco tempo narrativo se revisitam as mesmas personagens com exactamente os mesmos dilemas.

Ainda por cima dilemas juvenis. Por muito que eu gostasse de intrigas amorosas e afins, há um limite para a quantidade de vezes que eu conseguiria ouvir falar disso sem ter vontade de furar os tímpanos. E o argumentista decide ignorar isso e focar-se principalmente em três personagens que são as que acho menos interessantes: o Ciclope, a Jean Grey e o Anjo, os três vindo do passado e cada um a lidar de forma diferente com o que se está a passar.

Ciclope parece negar, um pouco como a sua versão adulta faz, mas sente um peso na consciência por algo que ainda não fez e que ainda por acima é acirrado pelos olhares recriminatórios dos outros mutantes. Já Jean Grey oscila entre o "mas o que é que eu estou aqui a fazer" e o "sou uma mulher forte e independente e vou fazer o que quer que seja preciso" com uma frequência assustadora. Mas embora não seja fã da personagem, devo dizer que fiquei impressionado e agradado com a sua faceta mais implacável nascida na adversidade, exemplificada quando convence o Anjo, completamente perdido, derrotado e humilhado, a juntar-se à sua causa, proporcionando, em 3 vinhetas, um dos momentos mais arrepiantes que já li na minha vida.

Isto tudo e ainda há tempo para os Anjos derrotarem um pelotão de assalto da Hydra, que decidiu que a Torre dos Vingadores ficava mais bonita na horizontal, mas infelizmente não há muito tempo para seguir os mais-ou-menos-vilões da história, Ciclope-adulto, Emma Frost, Magneto e companhia limitada. No entanto o aparecimento de Mystique (ou Raven, como lhe chamaram) é um elemento interessante e que pode desencadear muita desgraça, ou não estivesse esta personagem sempre ligada de alguma forma a algum tipo de caos.

Falta ver como é que tudo se desenvolve. Gostava de ver mais do Magneto porque, bem, o Magneto é fixe. E no final deste comic acontece algo com bastante bom aspecto mas que me é, de momento, completamente inexplicável. Ou seja, estou curioso, muito curioso, embora a minha confiança esta periclitante...

segunda-feira, 7 de abril de 2014

X-Men #2


Argumento: Brian Michael Bendis
Desenho: Stuart Immonen, David Marquez
Tradução: Filipe Faria

Opinião: Como se pode ver pela capa, este segundo número é bastante focado em Jean Grey, uma das mutantes mais poderosas, controversas e ressuscitadas de sempre. Não tenho a certeza se sou grande fã dela, porque além dos momentos overpowered, não me parece a personagem com as melhores escolhas à face da terra (quem é que no seu perfeito juízo gosta mais do Ciclope do que do Wolverine?).

No entanto fiquei agradado com a forma como aparece nesta nova linha narrativa. Depois de no primeiro número Hank McCoy, o Besta, ter andado a brincar com o passado e o futuro, eis que nos deparamos com a situação crítica de ter o Ciclope do presente e o seu bando de mutantes renegados e ligeiramente fascistas a esbarrarem com os X-Men originais.

Não é das piores histórias que já vi, e o motivo de Besta é bastante razoável, ainda que um bocadinho demasiado complicado: quer confrontar Ciclope com uma versão sua mais inocente, para que ganhe consciência do quão errada é a sua conduta actual.

Pessoalmente não percebo bem como é que isto é mais simples do que dar-lhe um enxerto de porrada até ganhar juízo, ou tentar dialogar de forma razoável com aquele que é um dos membros mais pacifistas e choninhas dos X-Men. Mas é assim que funciona no mundo dos super-heróis!

Como não podia deixar de ser, a história está recheada de confrontos, encontros, reencontros e comparações entre os X-Men originais e os actuais. O Hank McCoy do passado passa o tempo todo a tentar salvar o seu eu futuro, cuja mutação auto-infligida (a que o deixou peludo e azul) o está a matar; o Homem de Gelo do futuro e o do passado passam o tempo a comparar-se um ao outro e a assustarem-se um com o outro; o Ciclope do passado consegue tornar-se mais irritante do que o Ciclope original; o Anjo original acha estranho que o seu eu futuro não esteja em lado nenhum, e o momento em que o encontra é dos mais peculiares; e quase todas as personagens olham para a Jean Grey do passado com um misto de saudade e horror.

No entanto a história acaba por se focar mais na personagem de Jean Grey, que por um lado é a causa de muita coisa má que aconteceu a este grupo de rejeitados da sociedade, mas que por outro sempre foi um dos seus membros mais valiosos, poderosos e icónicos. Achei muito interessante a forma como as personagens lidam com ele: desde Wolverine, sempre durão mas claramente quase a quebrar, a Kitty Pride, que não era a maior fã de Jean, mas que cria uma ligação muito forte com esta Jean.

Por esse lado, as relações ficaram muito bem exploradas. Já para não falar que a interacção entre os Homens de Gelo e os Bestas é hilariante e espectacular.

Agora, onde é que isto vai levar? O confronto entre o grupo de Ciclope o grupo de X-Men "oficial", ajudado pelos X-Men originais, ainda deve andar longe. Pelo menos o definitivo. Mas os jovens pareciam bastante determinados. Não tenho a certeza de quais as consequências que isso vai trazer, mas estou certamente curioso. Apenas gostava de ver mais explicações, ou melhor, mais dicas das relações anteriores, porque isto de cair aqui de pára-quedas, por muito reset que tenha havido, só é engraçado até um certo ponto. Mas tirando isso... Bom trabalho que para aqui vai.

quarta-feira, 12 de março de 2014

X-Men #1


Título: X-Men #1

Argumento: Brian Michael Bendis
Desenho: Stuart Immonen
Tradução: José H. de Freitas Filipe Faria

Opinião: Bem porreiro! Não sei porquê, mas os X-Men é mais a minha onda do que os Vingadores. Sempre foi assim. Não sei se é por me identificar mais com os misfits do que com os super-heróis ricos e aliens e companhia, mas não sei... Há qualquer coisa nos mutantes que me cativa mais do que na equipa de super-heróis mais conhecida e mediática.

Mais uma vez com uma boa capa, a publicação destas novas linhas de comics promete, e estou ansioso para ver a segunda vaga. Este número tem viagens no tempo, um Hank McCoy (Besta) e um Homem de Gelo badass, e duas facções de mutantes, com Ciclope do lado "errado" depois dos eventos de Avengers vs X-Men, uma saga que até tentei acompanhar por cá, mas à qual perdi o fio à meada e alguns volumes logo no início, portanto deixei de lado.

Já vi que aconteceram umas coisas tramadas, portanto vou fazer um esforço para reunir algum do material mais importante para a história, que mesmo não sendo propriamente preciso para acompanhar estas histórias... Não me faz mal nenhum, não é?

Resumindo, gostei bastante de ler e estou muito curioso para continuar! Das três opções (Vingadores, X-Men e Homem-Aranha), acho que a que vou comprar e acompanhar vai mesmo ser esta. Posso sempre ir a algum sítio e sentar-me meia horita a ler os outros! Façam como fizerem, aconselho a leitura.