segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O Soldado do Inverno #1 (Universo Marvel #1)


Argumento: Ed Brubaker
Arte: Steve Epting, Michael Lark, John Paul Leon, Frank D'Armata, Tom Palmer
Tradução: João Miguel Lameiras

Sinopse

Opinião: Sem repetir a minha opinião sobre a personagem do Capitão América, faz sentido começar este texto por dizer que nunca fui muito à bola com ele. Isto é importante porque eu gostei bastante deste livro.

É que tirando toda a fama e visibilidade que os super-heróis andam a ter, em grande parte graças à super-franchise cinematográfica da Marvel, eu sempre gostei de ler BD e especialmente BD's de super-heróis.

A sensação de continuidade e de universo partilhado tem um grande peso em mim, e a Marvel e a DC há muito tempo que oferecem exactamente isso, de forma completamente massiva. Ou seja, poucas foram as coisas que me deixaram mais satisfeito do que descobrir que a Marvel ia passar isso para filme, seguida pela DC alguns anos depois.

No meio disto tudo, nunca consegui aturar muito bem o Capitão América. Mas esta história de espionagem está tão bem contada que tive que me render. A verdade é que a parte mais ampla (e cósmica) do universo Marvel é aqui metida um pouco a martelo, porque não faz falta absolutamente nenhuma.

A decisão de matar um dos principais e mais icónicos vilões de sempre do Capitão América é arriscada, mas acertada. O que raio pode andar por aí que seja pior que isto? Quem é tem poder suficiente para ter eliminado esta ameaça com tanta facilidade?

Interessante, não é? Digo-vos que a coisa só melhora, ao longo de uma narrativa não muito complicada, mas com pistas para algo mais, em que passado e presente se misturam para dar ao leitor a compreensão total da história.

A forma como isto é feito, com flashbacks em tons diferentes, conforme a época, está muito boa. Brubaker consegue assim contar uma história muito consistente, apoiado por uma arte muito sóbria e competente, ainda que longe de brilhante.

O meu maior problema nem é com a história, é com o livro, que tem uma estrutura que me tem vindo a aborrecer noutros do mesmo género: no início vem uma introdução que conta a história toda. Eu não sei quem foi o génio que pensou nisto, mas os comics da Marvel NOW! que andam a sair (X-Men, Vingadores, Homem-Aranha) têm textos do mesmo estilo no fim de cada revista. Porquê? Porque se é para falar da história, com detalhes, faz-se depois da história estar lida. Não antes.

É que assim sinto-me enganado. "Olha, uma introdução, vai explicar como é que isto se insere na continuidade, vai dar algumas dicas para perceber alguma coisa fácil de passar despercebida a olhos pouco treinados!" e depois é um texto que, por muito interessante que seja, acaba por contar a história toda.

Para compensar, este livro traz uma história no fim, um interlúdio, que é absolutamente fantástico, sobre um quase-pormenor do enredo que tem um papel relativamente secundário e pouco tempo de antena, mas que brilha aqui naquilo que é a melhor parte de todo o volume!

Sem dúvida uma história que aconselho, especialmente se tiverem curiosidade relativamente ao filme que tem o mesmo nome. Eu já o vi, e é igualmente bom! Agora toca a ler.

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