quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O Soldado do Inverno #2 (Universo Marvel #2)


Argumento: Ed Brubaker
Arte: Steve Epting, Mike Perkins, Frank D'Armata, Michael Lark, Lee Weeks, Stefano Guaudiano, Rick Hoberg, Matt Milla
Tradução: João Miguel Lameiras

Sinopse

Opinião: O primeiro volume foi bom, mas este desce a fasquia. E não é muito justo, porque é aqui que tudo se descobre realmente, e que a personagem do título, o Soldado do Inverno, tem o seu merecido destaque. Mas a estrutura narrativa, principalmente no início, deixa muito a desejar.

No primeiro livro havia um equilíbrio entre a história agora e as duas épocas presentes nos flashbacks. Este volume introduz um vaivém temporal que em nada beneficia a história.

Imaginem a história a começar com uma situação que não vos diz nada, em que as personagens fazem referências a coisas que vocês não conhecem, como se fossem evidentes. E que depois de algumas páginas, aparece um "três dias antes" a explicar esses acontecimentos. Agora imaginem que isso acontece durante mais de metade do livro, de forma confusa e repetitiva.

Pois é. Não fiquei muito agradado. Mas depois de digerir esse truque narrativo, a história desenrola-se a um ritmo que não é completamente desagradável, e a arte mantém a qualidade do livro anterior. O que é relevante neste livro são os desenvolvimentos do enredo e a caracterização das personagens.

Nestes campos é que se pode ver como Brubaker construiu uma história de espionagem interessante, que não é demasiado complicada, ou retorcida, mas que cativa. O ritmo algo lento, tendo em conta que se trata de uma história de super-heróis, assenta bem, e não é todos os dias que se vê um Capitão América próximo de ser moralmente ambíguo.

Além disso podemos vê-lo a lutar contra algo que não percebe e que, à partida, não são realmente vilões: a sua memória e a sua mente. É que no meio de tudo isto, Brubaker consegue fazer com que o Capitão sinta as consequências da sua história conturbada, desde a sua utilização como arma de guerra até ao facto de ter perdido algumas décadas, congelado.

Pela primeira vez desde que me lembro, vejo um Capitão América verdadeiramente assustado e, acima de tudo, velho. Tudo isso pesa na forma como ele lida com tudo o que se passa à sua volta, e isso é algo que nem sempre se vê nestes universos.

Por fim, o Falcão e o Homem de Ferro aparecem, mas têm papéis bastante insignificantes. Não posso deixar de reparar que o Soldado do Inverno parece ser uma personagem demasiado interessante para se perder por aqui, e a Marvel parece concordar, já que aparece como pertencendo à próxima geração dos Vingadores, nas imagens divulgadas.

Resumindo tudo, este livro não é tão bom como o anterior, mas conclui a narrativa de forma satisfatória e leva a uma avaliação bastante positiva da história como um todo.

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