sexta-feira, 22 de agosto de 2014

X-Men #7


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Chris Bachalo, Tim Townsend, Jaime Mendoza, Al Vey, Victor Olazaba, Frazer Irving
Tradução: Filipe Faria

Opinião: Panini, Panini, Panini... Temos que conversar. Não te preocupes, não quero que a nossa relação acabe, mas... Assim não pode ser.

Eu sei que o problema não é inteiramente teu, eu sei, não tens culpa que o Bendis goste tanto de pôr as personagens a conversar para o enredo avançar, em vez de deixar as coisas acontecer. Eu sei. Também compreendo que as questões de logísticas são complicadas, e que estas publicações mensais são um risco por si só, mas tens que fazer alguma coisa.

Continuares a vender duas revistas americanas fundidas numa só não dá com nada. Estás só a fazer render o peixe, pois consegues ter revistas para vender durante mais tempo, obrigando as pessoas a comprar tudo como uma continuidade, quando não é bem assim. E eu não estou a gostar disso Panini, não estou a gostar mesmo nada.

Da primeira vez que aconteceu, na revista #4, deixei passar. Até gostei, compreendes? Era novo, mas era a mesma coisa... E era uma perspectiva interessante. Mas agora até já começo a duvidar se sabes o que andas a vender. Tu já conhecias esta história? Já tinhas lido estas revistas? É que não está a resultar.

Calma, não é preciso gritares, eu explico. O enredo deste pedaço do universo Marvel avançou durante estas sete revistas o equivalente a cinco revistas. Estás a ver o problema? Se fosse uma coisa mais linear, eu neste momento tinha acabado de ler algo que só devo ler daqui a pelo menos dois meses.

Desta forma parece que estou a ler a mesma coisa há dois meses. Os pontos de vista são diferentes, é certo, e existem histórias paralelas que, concedo, também merecem o seu direito de antena, mas junta-se este atraso à vontade imensa que o Bendis tem de escrever diálogo e a sensação é que a leitura se arrasta.

O que é uma pena, digo-te já Panini... Porque eu gosto muito dos X-Men, e até estava a apreciar acompanhar esta história, depois de mais uma espécie de reset ao universo Marvel, mas já me começo a questionar se não teria feito melhor em pegar no Homem-Aranha.

Sabes o que isto significa, não sabes? Desculpa, a sério, foi porreiro ver a Magia a ser arrastada para o Limbo, e ver porrada com demónios e isso tudo, mas além disso as únicas coisas de útil que se tiraram daqui foi que a S.H.I.E.L.D. se vai meter ao barulho e que os novos mutantes são putos das novas gerações, imbecis e irresponsáveis!

E lá está, a culpa não é inteiramente tua. Não foste tu que escolheste o Frazer Irving para desenhar expressões faciais horripilantes e completamente desadequadas. Mas foste tu que criaste esta salganhada. Disso não te safas. Podias ter efectivamente criado dois títulos e fazer exactamente o mesmo plano de vendas, mas com uma clara separação entre as coisas. O número #4 dos X-Men seria o número #1 dos Outros X-Men, ou coisa que o valha, e a separação para o leitor era evidente.

Como está, por mais que eu queira separar, a minha mente não me deixa fazê-lo completamente. Não te preocupes, a maior parte da culpa é do Bendis (e das expressões faciais que o Irving desenhou, eugh), do seu enredo super lento e das suas personagens a 2D. Mas acho bem que a coisa melhor, se não acho que vamos ter que nos afastar durante uns tempos...

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