quarta-feira, 17 de setembro de 2014

The Return of the King [2/2] (The Lord of the Rings #3)


Autor: J.R.R.Tolkien


Opinião: E assim chega ao fim a minha jornada épica pela trilogia de Tolkien. Foram três bons livros recheados de personagens fantásticas, momentos épicos, descrições impressionantes e uma mitologia rica.

Também tem um bom começo e um bom final. Só bons ingredientes, mesmo bem encaixados nos meus gostos. O final, confesso, é diferente do que eu esperava (e me lembrava), e só por ler os nomes dos capítulos, no índice, fiquei com medo que se arrastasse demasiado.

Felizmente Tolkien não desaponta. O grande clímax do livro dá-se pouco depois de meio, e os momentos finais "arrastam-se" por umas boas cento e tal páginas, mas nunca se arrastam num mau sentido. É uma conclusão devida e necessária a uma das sagas mais grandiosas de sempre.

Afinal, se tudo acabasse pouco depois do Anel ser destruído - num momento emocionante, mesmo depois de ser a quarta ou quinta vez que o leio/vejo - muito ficaria por explicar. E se há algo que Tolkien é, é meticuloso. Como tal, faz sentido que tenha o cuidado de detalhar o que acontece a praticamente todas as personagens que acompanhámos ao longo da trilogia.

E o panorama é optimista. O Mal é vencido, há novos reis por todo o lado, mais justos e unidos, alguns casamentos, pequenas vitórias finais sobre réstias de maldade, e concretização de promessas (é bom de ver Tolkien a lembrar-se que Legolas tinha que ir visitar as grutas e que depois Gimli tinha que ir a Fangorn).

Isto tudo inclui uma pequena aventura no Shire que dava um livro por si só, num dos momentos mais divergentes da adaptação cinematográfica, e que não é mais do que uma demonstração do quanto os quatro pequenos hobbits protagonistas são agora adultos capazes de, sozinhos, salvarem todo o Shire. E também de que pode haver redenção para alguns maus da fita, ainda que pelas razões erradas.

E é então que, após ter lido mil e não sei quantas páginas, e de ter visto inúmeras personagens a morrer e a sofrer e a vencer, tudo termina com Sam a voltar a casa, para a sua família, num agora pacato Shire, após cumprir o seu último serviço a Frodo. Não imagino outro final para este livro - nem para esta saga.

7 comentários:

João Campos disse...

Agora já posso responder à pergunta que deixaste na outra caixa de comentários: o momento é "The Scouring of the Shire", claro. Percebo perfeitamente por que motivo o Peter Jackson o omitiu (o filme já ia longo), mas é crucial para o livro.

Quanto ao final de "Lord of the Rings"... é optimista, sim, mas não tão optimista quanto isso. Todo aquele mundo ficou profundamente mudado (tal como ficara já no final da primeira era, com a destruição de Beleriand), e muita da sua beleza perdeu-se - não é por acaso que é dado tanto destaque à árvore mallorn de Sam... e o ponto de vista do Frodo é claramente trágico.

Anónimo disse...

O final é estranho, assim como a vida de todos os que regressam da guerra passa a ser estranha de tão normal que é abrir o portão de casa e dizer "Estou em casa." - Perfeição do Tolkien!

Francisco Fernandes

Rui Bastos disse...

Estou a ver! Talvez seja interessante ler isto: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Last_Ringbearer

Anónimo disse...

Já li o Último Anel, há alguns anos...

Por cá acho que foi a Saída de Emergência que o publicou.

Apresenta-nos outra perspectiva, o ponto de vista dos orcs e dos trolls.
Foi influente para mim quando era miúdo; chamou-me à atenção para o facto de quem ganha uma guerra poder escrever e reescrever como bem entender a História.

Mas continuo a preferir a Saga Original do JRR Tolkien.

Francisco Fernandes

Rui Bastos disse...

Olha, pois foi, não fazia a mínima ideia!!

É por essa perspectiva diferente que estou interessado. Daqui a uns tempos!

João Campos disse...

A coisa tem algum interesse marginal, mas nunca passará de fan fiction (glorificada, talvez, mas ainda assim).

Rui Bastos disse...

Ainda isso, fico curioso!