quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Punhal do Soberano


Ao contrário do livro anterior, esta foi uma leitura a todo o vapor, pois já não precisei do período de me adaptar ao ritmo e afins.

E que posso dizer que não tenha dito ainda? É bom, é muito bom... As personagens voltam a revelar-se magnificamente construídas, a escrita é simples e directa, o enredo nem por isso. Os meandros das tramas e intrigas da corte têm mais profundidade do que aquela que eu tinha imaginado inicialmente.

Houve personagens que se revelaram mais importantes do que pareciam à primeira vista, e outras que se tornaram ainda mais importantes e misteriosas do que já eram. O Bobo, em especial, fascina-me. Desde o primeiro livro que se vê que há ali qualquer coisa com aquela personagem que ainda está por contar... Já para não falar da inesperada interacção entre Veracidade e Fitz.

Bem, mas quanto à história não posso dizer muita coisa sem revelar pormenores do enredo. Acho que esta é daquelas sagas que quase que podiam ser só 1 único e gigantesco livro, pois, pelo menos até agora, entre o primeiro e o segundo livro, a continuação é extremamente directa. Quero com isto dizer que não é daquelas colecções que se podiam ler os livros individualmente e fora de ordem. É daquelas que é para ler seguidinhos e de empreitada.

Mas, sendo um livro muito bom, tem um grande ponto negativo. Enorme, mesmo, se bem que não é culpa da autora, mas sim da editora. Este livro corresponde à primeira metade do livro no original. Ou seja, acabei o livro com uma sensação de incompleto do piorio. É das coisas mais horríveis ter que ler um livro que foi dividido em dois, pois fico com a sensação que acabei o livro, mas sei que ainda só vou a meio. Eu compreendo que façam isto, mas continuo a achar que deviam fazer algo para o evitar.

Não pensem que tenho algo contra a Saída de Emergência, até é das minhas editoras preferidas, e faz um trabalho excelente, tanto a nível da publicação das sagas, com 2 e 3 livros por ano, como a nível das capas e do catálogo que apresenta, que são e é, das melhores e do melhor que por aí anda. Mas podiam arranjar maneira de contornar esta chatice de dividir os originais...

Enfim, esqueçamos isso. É um grande livro, com o pormenor de ser só meio-livro. Só me resta fazer uma coisa: ler o próximo, rápido!

1 comentário:

Nuno Chaves disse...

Fitz cresceu e apaixonou-se amadureceu também o seu treino nas artes do asassino e recupera lentamente dos estragos causados pelo maléfico Majestoso.

Gostei particularmente de Lobito (Olhos-de-Noite) que junta a Fitz através da «Manha» e juntos criam laços tão fortes, como dois irmãos que acabam por se tornar, na luta interior do jovem aprendiz de assassino em resistir ao uso da Manha que lhe permite através da mente criar laços com animais, mas extremamente perigoso para quem a usa e proibida no reino dos Seis Ducados.

Cresce também o interesse em saber mais sobre os temidos Navios Vermelhos que atacam e «forjam» os habitantes das terras vizinhas e que se aproximam a passos largos de Torre do Cervo.

A amizade crescente entre Veracidade e Fitz acentua-se cada vez mais, tornando-se o jovem imprescindivel no uso do «Talento» por parte do seu tio.

Kettricken a rainha expectante ganha um papel decisivo para as lutas que futuramente se irão travar, tornando-se mesmo numa das personagens centrais da história, neste segundo livro senti um pouco a falta de Breu e Castro, que regressam para lá do meio livro.

Não tão intenso como o seu antecessor este livro é de facto o elo de ligação entre o 2º e o 3º Volume (que originalmente são um só), mas fica-se tão entusiasmado com esta história, que é impossivél larga-la, comparo-a cada vez mais as geniais «Brumas de Avalon» de Marion Zimmer Bradley e tenho de concordar com as críticas que dizem que esta história é das melhores fantasias épicas de sempre. concordo plenamente, para quem gosta do género, não será tarefa dificil acompanhar os 5 volumes compoem esta saga. mesmo para aqueles que não apreciam livros de fantasia, esta é uma história à parte, acredito que convença mesmo os mais cépticos. valeu a pena.