quinta-feira, 28 de abril de 2011

Blasfémia

Título: Blasfémia
Autor: Douglas Preston
Tradutor: Manuel Alberto Vieira

Sinopse: O maior supercolisionador do mundo, encerrado numa montanha no Arizona, foi construído para revelar os segredos do momento da criação: o próprio Big Bang. O Torus é a máquina mais cara jamais criada pela Humanidade, gerida pelo computador mais poderoso do mundo, uma invenção do cientista Nobel, North Hazelius.
Será o Torus capaz de divulgar os mistérios da criação do universo? Ou irá, de acordo com algumas previsões, sugar a Terra para um buraco negro? Poderá também ser uma tentativa satânica, como alguns televangelistas clamam, de desafiar o Deus Todo-Poderoso no próprio trono divino?
Sob a liderança de Hazelius, doze cientistas são enviados à montanha remota para activar a máquina, e aquilo que descobrirem deverá ser mantido secreto a todo o custo. Wyman Ford, ex-monge e agente da CIA, tem a missão de descobrir o segredo, um segredo que irá destruir o mundo... ou salvá-lo. A contagem decrescente começou...

Opinião: Já para começar bem, vou-vos contar o porquê de ter estado tão perto de não pôr ali a sinopse deste livro. Primeiro, há muito tempo que não via uma sinopse tão enganadora. Especialmente aquele último parágrafo. A ideia com que pelo menos eu fiquei, é a de que ia ler sobre uma equipa de cientistas arraçados de Indiana Jones, numa viagem perigosa a um complexo abandonado para activarem a máquina e verem o que se passou, para depois serem salvos por Wyman Ford, um agente da CIA, aos tiros, e a rezar pela purificação da sua alma (esta parte é exagerada, mas enfim), e não é nada disto que vem no livro. Depois, vêem onde diz Torus? Pois, se há nome que nunca aparece em todo o livro, é Torus. O nome do supercolisionador é Isabella.

Pequenos (grandes) pormenores à parte, gostei bastante desta leitura, com os seus capítulos curtos, ao melhor estilo de Dan Brown, apesar de ter sentido um bocado a falta de mais algum desenvolvimento a nível das personagens, que ainda por cima tinham praticamente todas um enorme potencial: 12 cientistas super inteligentes, alguns fanáticos religiosos, um ex-agente da CIA e ex-monge... Já agora, esta personagem foi provavelmente a minha maior decepção, não passa de um homem que não se chega a perceber muito bem o que é que sabe fazer, que não chega propriamente a fazer nada de jeito e que embora seja uma das personagens centrais da história, pouco ou nada se fica a saber sobre ele.

No entanto, para depois não dizerem que estou a massacrar o autor sem razão, eu fiz a minha pesquisa, e há uns livros anteriores a este, com uma espécie de continuidade, num dos quais esta personagem tem algum relevo, e é ainda um monge. Pronto.

Quanto ao tema do livro é um tema que me diz muito, a eterna luta entre ciência e religião, os fanáticos (de ambos os lados, reconheço) e enfim, todas as questões associadas a esta batalha já com vários séculos (milénios!) de idade. O ponto de vista apresentado é deveras curioso, assim como a forma como esse ponto de vista é apresentado. Juro que fiquei fascinado com os diálogos que surgiram devido a uma certa e determinada situação, a qual não irei revelar, como é óbvio, para não estragar a surpresa (e também para que quem ainda não leu fique a sofrer um bocadito).

Por fim, uma nota bastante negativa para a edição, que além da sinopse, que é moderadamente horrível pelas questões supra mencionadas, conta ainda com vários erros e gralhas. Um exemplo, assim de repente, é em vez de "bem", aparecer "vem". É uma gralha que acontece, pronto. O problema é que eu vi esta gralha pelo menos duas vezes, o que, segundo as minhas definições pessoais, já conta como erro. E todos sabemos quão desagradável é ler um livro com erros.

Mas bem, no geral é um bom livro, com algumas falhas, que me deixou curioso para ler mais qualquer coisita deste autor, mas que ao mesmo tempo não me deixou com uma ânsia extrema de ir comprar qualquer coisita já a correr de bicicleta. Embora me tenha enchido as medidas, no que toca a resmunguice anti-religião.

2 comentários:

M. à conversa disse...

Ainda bem que gostaste :) Tinha cá um feeling só pelo título e a sinopse da contra-capa que irias gostar!
Acertei? :D

Rui Bastos disse...

Acertaste em cheio :D