domingo, 17 de abril de 2011

Divina Comédia: Paraíso

A meio da última parte deste épico, ou seja, a caminho do canto XVI do Paraíso, começo a ter saudades do Inferno. Eu sei que parece loucura, mas a verdade é que tantas páginas cheias de orações e preces e louvores a Deus, com tanta luz e bem-aventurança, não me andam a cair muito bem. Gostei muito mais de ler as partes com tripas e sangue e penas dolorosamente horripilantes.

Não que não esteja a gostar de ler esta parte, porque até estou... Apenas não estou a gostar tanto quanto isso. O Paraíso tem vários pontos a favor: versos cada vez mais grandiosos e eloquentes, personagens históricas fabulosas e monólogos/diálogos discutivelmente fabulosos. Só que por outro lado, tem muitos contras: torna-se repetitivo (a certa altura parece que só leio "E Deus é grandioso" ou "E Deus é poderoso" ou "E Deus é benevolente", enfim, a cada meia dúzia de versos louva-se a Deus), a tal eloquência e grandiosidade começa a tornar-se excessiva, de tanta felicidade e excitação... É como se houvesse emoção a mais, ficando a história meio perdida.

Além de que, por motivos pessoais, não me agrada por aí além a mensagem da obra. Todo este enaltecimento do Cristianismo toca-me na tecla errada. Enfim, eu depois na opinião final falo mais da comparação entre as 3 partes, e o porquê de ter gostado mais do Inferno. Por enquanto, só falta acabar de ler isto. Já não deve faltar muito, acho que o mais tardar amanhã acabo. Pode ser que entretanto mude de opinião. Duvido, mas logo se vê.

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