quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A Ilha

Título: A Ilha
Autor: J. M. Coetzee
Tradutora: Marta Morgado


Opinião: Esta leitura não foi motivada por nada em particular. Um autor do qual nunca li nada, que ganhou o prémio Nobel (relativamente) recentemente; um livro pequeno, ideal para experimentar. Mais nada.

No fim não achei nada de especial. É uma reinvenção da história de naufrágio mais conhecida de sempre, a de Robinson Crusoe e do seu criado negro, Sexta-Feira. O autor acrescentou uma náufraga, Susan Barton, permitindo assim analisar e expandir a história de uma nova perspectiva.

Fiquei surpreendido quando conseguem sair da ilha antes de chegar a meio do livro. Mais surpreendido fiquei quando Susan começa a contar a história a Daniel Defoe, o autor da história de Crusoe. Vi potencial na premissa! Infelizmente, fiquei desapontado.

A ideia é interessante, e o livro está bem escrito, embora não seja um tipo de escrita que aprecie particularmente, mas o único propósito é filosofar, e como descobri da pior forma ao ler Gonçalo M. Tavares, isso é algo de que não consigo gostar, filosofia mascarada.

Coetzee ainda por cima fá-lo sobretudo através dos diálogos, mais frequentemente monólogos do que outra coisa, e o resultado é uma indiferenciação das personagens: têm todas nomes e aspectos diferentes, mas a voz com que falam é a mesma, a do autor.

O único propósito parece ser filosofar, e ao fazer isso através dos diálogos, mais frequentemente monólogos das personagens, Coetzee consegue apenas indiferenciar essas mesmas personagens, dando-lhes nomes e aspectos diferentes, mas vozes iguais: a sua.

Este objectivo está bem à vista, e pelo menos não se reveste de uma onda de nonsense estapafúrdio, mas não é o meu tipo de leitura. Assim não consigo gostar e lá tenho que passar o outro Coetzee que ali tenho mais para o fundo da lista...

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