Argumento: Chris Claremont, John Byrne
Arte: John Byrne, Terry Austin, Glynis Wein, John Romita Jr., Bob McLeod
Tradutor: Paulo Furtado
Opinião: Tenho a história principal deste volume, a titular Dias de um Futuro Esquecido, numa outra colecção de BD, mais antiga, de quando eu era mais novo. Essa colecção foi essencialmente o que me deu a conhecer muita banda desenhada, e a própria existência de banda desenhada de qualidade.
Não será surpresa, portanto, que tenha gostado bastante de ler isto. A nostalgia é um grande ponto a favor, e juntar X-Men com viagens no tempo e um mundo distópico é, confesso, mais de meio caminho andado.
A primeira coisa que fiz foi ver o índice, porque eu lembrava-me perfeitamente que Dias de um Futuro Esquecido não ocupava a média de 180 páginas que esta colecção costuma ter, e confirma-se: apenas ocupa dois capítulos em sete!
Isso apenas realça a eficácia da história, que nem tem cinquenta páginas e ainda assim é das histórias com um maior impacto de sempre dos X-Men. E já tem mais de trinta anos!
As outras histórias no volume são interessantes, e não fiquei chateado por "ter" que as ler para chegar ao mais importante, o que é bom sinal. O facto de a maior parte dar alguma relevância ao Nightcrawler ajudou, que é dos meus mutantes favoritos.
Mas do que quero falar é de Dias de um Futuro Esquecido, uma história curta quando comparada com os mega-eventos de hoje em dia, mas que foi mais do que suficiente para servir de base ao mais recente filme dos X-Men com o mesmo nome, e que infelizmente é bastante medíocre.
Nesta história podemos ver um futuro distópico em que os mutantes são perseguidos e oprimidos, mas o grupo do costume (menos alguns, que morreram, para dar alguma emoção à coisa logo à partida) não se contenta e decide enviar Kitty Pryde ao passado para tentar resolver a situação antes de ela começar.
A partir daí a história oscila entre o presente e o futuro, com as partes no presente a serem o elo fraco numa narrativa coesa e bastante cativante. A pobreza dos desenvolvimentos é um problema, mas tudo é compensado com as fantásticas e emocionais cenas no futuro, que deixam qualquer fã dos X-Men com o coração nas mãos.
O fim é suficientemente ambíguo para ficarmos sem saber se os X-Men realmente alteraram o futuro, simplesmente seguirem outro caminho que levará ao mesmo fim, ou se criaram simplesmente uma linha temporal divergente e os X-Men do futuro que conhecemos aqui continuaram condenados. É um dilema interessante e um bom tratamento deste tipo de paradoxos temporais.
Já perceberam que gostei, e embora tenha reconhecido algumas falhas, não me queixo muito. Aconselho que leiam, especialmente se já viram o filme, porque isto é tão, mas tão melhor...
P.S.: para ajudar à confusão, o futuro e o presente desta história já estão ambos no nosso passado!
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