quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Os Vingadores #9


Argumento: Jonathan Hickman
Arte: Mike Deodato, Frank Martin, Jim Cheung, Mark Morales, John Livesay, David Meikis, Justin Ponsor
Tradução: Filipe Faria

Opinião: Jonathan Hickman deve ter dado ouvidos aos leitores, porque nos últimos números havia cada vez mais texto, e esse problema foi aqui resolvido. Começa bem!

A primeira parte, a final do Prelúdio a Infinito, é boa, explora ainda mais o conflito entre Namor e o Pantera Negra e deixa tudo em aberto para a grande e épica saga que se avizinha, Infinito e que começa na segunda e última parte desta revista.

O que tenho a dizer é que fiquei bastante satisfeito. A arte continua sóbria e detalhada como esta saga nos tem habituado, e o argumento parece que se resolveu finalmente a acalmar e a explicar as coisas como deve ser, sem exagerar nos info dumps nem em formas convoluídas de revelar acontecimentos.

Um dos grandes problemas destes Vingadores tem sido exactamente esse: a vontade de contar as várias histórias é tanta, a ansiedade para chegar ao Infinito é tanta, que a narrativa perde coerência em favor de mais momentos chocantes e inexplicáveis, retirados de meia dúzia de linhas narrativas diferentes com ligações ténues e escondidas entre si.

Felizmente, tudo isso acaba aqui, com Hickman a conseguir manter-se fiel à história, sem esconder nem revelar demasiado. Abre o apetite para o que aí vem, deixa a pensa o que já passou, e deixa quase toda a informação a descoberto, para que o leitor possa realmente apreciar e especular sobre o que aí vem.

E há-de algo extraordinário. Pelo menos eu assim espero. O hype por trás desta saga é grande, e a utilização de Thanos a espelhar a que tem sido feito no universo cinemático da Marvel é mais do que intencionalmente óbvio, mas não se perde nada com isso. A verdade é que este vilão é bastante carismático e consegue impôr a sua presença, mesmo com uma utilização tão resguardada. O que é bom!

Tudo o resto começa a fazer sentido, e é bom de ver como o foco não está inteiramente nos heróis, mas sim nos vários conflitos existentes que vão de certeza culminar em algo grandioso (ou que deviam, pelo menos). Entre bons e maus, entre maus e maus, e entre bons e maus. Ninguém está propriamente relaxado, e a única entidade minimamente satisfeita é o próprio Thanos, confiante como nunca.

Devo dizer que tenho de lhe dar razão. Os Vingadores estão a começar a unir-se, mas estão presos por fios, as tensões entre eles são demasiado grandes e a desconfiança é uma constante. Será que conseguem pôr esses problemas de lado durante tempo suficiente para salvarem o Universo? Será que valerá a pena, ou Thanos já ganhou e nós é que ainda não sabemos? E o que raio quer o vilão com a Terra? Resta-me esperar pelo próximo número, para o qual tenho boas expectativas, após um que, finalmente, me encheu as medidas!

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