Argumento: John Layman
Arte: Rob Guillory
Tradução: José Hartvig de Freitas
Opinião: Há tanta coisa incrível a acontecer neste livro que nem sei por onde começar. As habilidades especiais relacionadas com comida continuam a aparecer - e são geniais. Uma personagem regressa com melhoramentos cibernéticos e faz algo inesperado e chocante que nunca ninguém vai adivinhar até ver o que é. E as dicas de arcos narrativos e personagens ainda por descobrir continuam a empilhar-se umas nas outras.
Vejamos. Tony Chu, o detective canibal que tem visões do passado daquilo que come, continua na sua heróica demanda de, simplesmente, viver sossegado. Mas um trabalho árduo, e frequentemente nojento, um parceiro esgrouviado, um chefe impossível de aturar, um irmão irresponsável e montes de peripécias que insistem em cair-lhe no colo, o homem não tem a vida fácil.
E é incível a quantidade de manigâncias em que é possível ele envolver-se por casa de frango. Seja um fruto que sabe a frango ou um galo de luta desaparecido, tudo é possível. Já mencionei o vampiro e o cozinheiro que fala através da comida que cozinha?
Pois é. Caríssimos, isto é uma leitura leve, engraçada, silly até, mas não é de todo uma má leitura. Antes pelo contrário. O argumento desenvolve-se bem, a arte integra-se bem, e ambas as coisas conseguem ter um delicado equilíbrio entre o humor mais visceral e as cenas mais negras e dramáticas. Um regalo para os olhos e para a imaginação.
A mim fascina-me particularmente que alguém tenha conseguido criar um mundo tão parecido com o nosso, e ainda assim tão diferente, com ideias tão simples e originais. Pode não ser a primeira coisa em que se repara, mas há aqui verdadeira genialidade imaginativa. Só por isso já vale a pena acompanhar, mas a história é genuinamente interessante, e as várias pontas já deixadas soltas apenas cativam mais e mais. Ou seja: mal posso esperar pelo próximo volume!
2 comentários:
Concordo totalmente,muito bom.
Fascinam-me que sejam (e se mantenham) tão originais!
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