sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Tehanu - o nome da estrela (Ciclo de Terramar #4)


Autora: Ursula K. Le Guin
Tradutor: Carlos Grifo Babo


Opinião: Uma narrativa cansada. Uma das personagens mais interessantes que já vi reduzida a um velho tímido e virtualmente inútil. Personagens femininas, fortes e interessantes, claramente as protagonistas, reduzidas a uma velha queixosa e uma criança quebrada.

Eu sei que a protagonista, anteriormente protagonista do segundo livro, Os Túmulos de Atuan, é mais do que uma velha queixosa, mas foi isso que me pareceu. Toda a história está forçada, especialmente o povo meio dragão meio humano, que tem um papel preponderante no enredo, mas acerca do qual nunca ouvimos falar até meio deste livro.

Fiquei seriamente espantado com a fraca qualidade deste livro, que não me encheu as medidas, nem de perto nem de longe. Mais valia a saga ter acabado como uma trilogia, não era perfeita, mas era melhor do que esta tetralogia, isso de certeza.

O grande problema, ao contrário do resto da saga, não é a falta de acção, mas sim a falta de acção razoável. Tudo o que acontece é um bocado aleatório. As motivações das personagens são, no mínimo, dúbias. As causas do que acontece são estranhas e raramente explícitas. Acaba por não haver um fio condutor, que guie o leitor pela história.

Há, em vez disso, uma protagonista presa entre o seu papel de fêmea obediente e mulher lutadora, a deambular pelo enredo da forma mais confusa e ziguezagueante possível. A sua constante inacção contrasta com a sua omnipresente noção de que devia estar a fazer alguma coisa.

Já não tinha gostado na personagem no primeiro livro que lhe foi dedicado, mas neste ainda me aborreceu mais. Nesse outro, ela era pouco mais do que uma criança; neste, é mais do que adulta, com idade para ter juízo. E ainda assim... Nem por isso.

Uma pena. Vou voltar a virar-me para a ficção científica de Le Guin, que a fantasia não me cativou por aí além.

2 comentários:

pco69 disse...

ainda tens um quinto livro, onde a protagonista é a filha adoptiva. Sem atingir o brilhantismo dos 3 primeiros, é um bocado superior a este 4º.

Rui Bastos disse...

E ainda há um sexto, de contos, que tenho por aqui, mas acho que já chega :/