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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Mr. Holmes (2015)



Adaptações de Sherlock Holmes é coisa que não falta por aí. Já são décadas de séries, filmes, livros, peças de teatro e tudo o mais que se possa imaginar. A série da BBC, Sherlock, tem feito um excelente trabalho, com Mark Gatiss e Steven Moffat a escrever, Benedict Cumberbatch e Martin Freeman nos papéis principais, e um espírito de modernização e adaptação que não trai as histórias originais nem a essência das personagens e do autor.

Mas é complicado. Sherlock Holmes não é uma personagem fácil, e as suas histórias não são normais. Já todos estamos mais do que habituados ao estilo, de tanto as lermos, mas basta pensar em como as adaptar a outro meio, que ficamos logo a piar mais fininho.

Raramente há grandes cenas de acção, e há histórias inteiras em que o protagonista, Sherlock Holmes, mal sai do cadeirão no seu apartamento em Baker Street. Literalmente. São histórias intelectuais, mais preocupadas com as personagens e os mistérios do que outra coisa. É por isso que se torna complicado adaptá-las, ao contrário das histórias de Poirot, que é um homenzinho enérgico, carismático e sempre a andar de um lado para o outro.

Sherlock é quase apático. É carismático, é certo, mas é peculiar. Tanto pode ser o centro das atenções como uma nódoa num canto para quem ninguém olha. Para se ter noção da dificuldade da adaptação, basta pensar nos filmes relativamente recentes com Robert Downey Jr. no papel do detective, e Jude Law no de Watson. Chamar-lhes ridículos é dizer pouco. Transformar Sherlock num herói de acção, promíscuo, sempre a fazer piadas e a usar o seu poder de dedução para calcular a trajectória da marreta que lhe vai acertar, é o mesmo que fazer um Poirot sem bigode, um Tyrion Lannister com dois metros de altura, ou uma Carrie lindíssima e popular.

Esses filmes podem até ser minimamente agradáveis (duvido), mas não são filmes do Sherlock Holmes. São filmes de acção relativamente genéricos, numa Londres vitoriana, com personagens com nomes iguais às das histórias de Conan Doyle. Mais nada.

Um problema que não atinge este Mr. Holmes. Baseado em A Slight Trick of the Mind, de Mitch Cullin, a visão que nos dá é a de um Sherlock em fim de vida, reformado e entregue às suas abelhas. Com noventa e três anos, está fragilizado, muito esquecido e completamente reformado das andanças de detective privado. Mas não deixou de ser Sherlock Holmes, profundamente inteligente, socialmente estranho, com uma tenacidade de ferro e algumas surpresas.


Ser interpretado por Ian McKellen já era mais do que suficiente para chamar a atenção. É de facto uma representação excepcional a todos os níveis, que de certa forma acaba por carregar todo o filme às costas. Mas um Sherlock a caminhar para o senil diz-nos mais coisas: que as histórias de Watson são largamente exageradas, que nunca usou um chapéu como o que lá vem descrito, e que a morada está ligeiramente errada, para não atrair demasiados visitantes. Ah, e Sherlock é uma pessoa muito mais calorosa e "normal" do que seria de esperar. Watson é que tomou certas... liberdades literárias.

É por isso que vemos um Sherlock de bengala a passear com o filho da governanta, um miúdo novo e perspicaz que encaixa muito bem na personalidade do detective. Juntos, cuidam das abelhas, ouvem raspanetes da governanta, e vão numa viagem pelas memórias que Sherlock tem do seu último caso. Este é, aliás, uma das grandes questões do filme: a memória. Velho, mesmo muito velho, o detective tenta de tudo para reavivar e manter viva a sua memória, com o objectivo de escrever uma última história, a do seu último caso, desta vez pelas suas palavras, para corrigir algumas incorrecções de Watson.

Esse último caso, acabamos por saber, tem um desfecho fascinante e inesperado, e é o que afasta definitivamente Sherlock da vida de detective. A curiosidade do filho da governanta, por seu lado, é o que o volta a atrair a essa vida, ainda que por breves momentos, não só para completar a história, mas também para a contar, e para conseguir ficar em paz consigo próprio.

Repleto de bons momentos e interpretações fantásticas, particularmente a de McKellen, mas também a de Milo Parker, como filho da governanta, Laura Linney, como a governanta, e mais alguns. Não sei se é uma boa adaptação do livro de Mitch Cullin, mas é uma boa adaptação de Sherlock Holmes, e um bom exemplo dum filme que não precisa de explosões, câmaras a abanar violentamente, trágicas histórias de amor, mamas, nem nada desses elementos que parecem indispensáveis nos filmes modernos. Mr. Holmes é, sem sombra de dúvida, um filme diferente da maior parte dos que andam por aí. E ainda bem, pois tem um dos melhores Sherlocks que já vi!


segunda-feira, 9 de março de 2015

The Sign of Four


Autor: Arthur Conan Doyle


Opinião: Embora este livro tenha claramente a qualidade que se espera de Conan Doyle, não me encheu as medidas. Até já o tinha lido em português, e gostado bastante, mas desta vez não chegou.

Não sei se será de já conhecer demasiado bem as histórias, e portanto já saber com o que contar, mas a verdade é que não gostei tanto como estava à espera. Gostei, claro, Conan Doyle a escrever Sherlock Holmes é sempre qualquer coisa digna de se ver, mas pronto.

A história até é interessante e misteriosa, como sempre, com intrigas que remontam às ocupações britânicas da Índia, um tesouro misterioso e uma jovem mulher que deixa o Dr. Watson completamente encantado.

Mas até as deduções de Holmes me soaram demasiado secas. O crime parecia impossível de cometer, mas estava-se mesmo a ver o que se passava, e de certa forma até foi demasiado fácil. Eu sei que são as capacidades de Sherlock que fazem tudo parecer demasiado fácil, mas confiem em mim.

A forma de resolução é bastante típica do detective, e até recorre aos seus Baker Street Irregulars, a rede de miúdos vagabundos que tem Londres inteira debaixo de olho, de uma forma praticamente invisível. A estrutura do livro é a mesma da de A Study in Scarlet: depois de apanhado o criminoso, dá-se-lhe oportunidade para se alongar a contar a sua história, num não tão pequeno quando isso desvio do policial que se estava a ler antes.

Enfim, já perceberam a minha opinião. Sinceramente, esperava mais. Não sei o que se passou, eu lembro-me perfeitamente de gostar desta história! Mas pronto, mesmo assim, não achei nada má, e foi uma boa leitura, de qualquer forma.

sábado, 27 de setembro de 2014

Personagens favoritas


Tendo em conta o número reduzido de comentadores e comentários que este blog tem, basta alguém comentar mais do que uma vez e eu fico a conhecer essa pessoa. E a considerá-la, pelo menos, uma pessoa conhecida.

Alguns, no entanto, são bastante reincidentes. Por esses, poucos, tenho uma grande estima. Ainda para mais quando todas as suas intervenções são relevantes e interessantes, como é o caso do Francisco Fernandes (aka asesereis).

Esta conversa, para além de agradecer a sua contribuição para as discussões aqui no blog, é só para introduzir uma sugestão que o Francisco fez e que vou seguir (mais ou menos): personagens favoritas.

É complicado falar de favoritos, sejam livros, sejam autores, quando somos completamente viciados em literatura, mas no fim fica fácil. Se tiver sido um livro que nos marcou o suficiente para ser o nosso favorito, não nos vamos esquecer. E o mesmo para autores. Mas personagens favoritas? Personagens há muitas!

No meu caso, assim de repente, basta lembrar-me de Tolkien e de Stephen King, e já fico, literalmente, com um manancial de centenas de personagens disponíveis. E se ficar a saber os nomes dos cerca de cem livros que leio por ano já é abusar da minha memória, nem sequer pensem em ficar a saber os nomes de todas as personagens.

Mas no entanto há algumas que ficam. Outras cujo nome já não sei, mas que conheço perfeitamente. Quer queiramos quer não, é como os livros e os autores - só que a uma escala maior.

E com as personagens até é possível acontecerem coisas bastante curiosas... Como por exemplo, uma das minhas personagens favoritas é o Glotka, o torturador desfigurado e manipulador da trilogia The First Law, de Joe Abercrombie, que achei apenas mediana. Mas o meu livro favorito deste autor, Best Served Cold, também tem uma personagem que aprecio, embora bastante níveis abaixo de Glotka: Friendly, o tipo frio e obcecado com a matemática, cujo ponto de vista originou alguns dos capítulos mais interessantes que já li.

O "pior" é quando começo a desbobinar os nomes de que me vou lembrando, e o resultado é uma lista recheada de vilões. Seltor, Joker, Pennywise, a enfermeira psicopata que depois é interpretada por Kathy Bates... Podia ficar aqui o dia todo.

Por outro lado, como raio é que faço uma lista destas sem dar destaque a meia dúzia de personagens de Tolkien? Ou de Alan Moore? Ou de Neil Gaiman? Ou do George R.R. Martin? Ou da Rowling? Ou das outras centenas de autores?

E o Sherlock Holmes? E o Poirot? Impossível! Impossível!

A minha resposta ao teu desafio é esta, Francisco: provavelmente, se me perguntares qual é a minha personagem favorita, digo-te sempre o Seltor, mas se todos os dias me pedires uma lista de cinco personagens favoritas, o mais provável é eu dar-te uma lista diferente de cada vez.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A Study in Scarlet (Sherlock Holmes #1)


Autor: Arthur Conan Doyle


Opinião: Já li este livro em português, há cinco anos, mas escrevi uma opinião bastante pobrezinha. O ano passado encontrei uma edição fantástica, com todas as histórias originais desta personagem, por ordem de publicação e em inglês, a desculpa perfeita para voltar a ler Conan Doyle no seu melhor.

Sim, não se deixem enganar pelos outros livros do autor, que são interessantes, é certo, mas não chegam aos calcanhares das suas histórias com Sherlock Holmes. Para ser honesto não posso dizer isto com toda a certeza, que nunca li os romances históricos (mas tenho-os ali!), no entanto acredito que seja verdade.

Aquilo que podem encontrar neste livro é uma história peculiar e uma personagem ainda mais peculiar. Sherlock Holmes é sem dúvida uma das minhas personagens literárias favoritas de sempre (e que será certamente uma das primeiras entradas numa lista de personagens favoritas, como já me pediram aqui para fazer) e uma a que volto vezes sem conta, seja na literatura, no cinema ou na televisão.

Excepto as más adaptações, que não são adaptações mas verdadeiros insultos.

Embora o mistério seja interessante, não faz parte do trio de temas de destaque deste livro: a estrutura narrativa, Sherlock, e a sua interação com Watson. Dividido em duas partes, o livro começa por apresentar os crimes e as investigações de Sherlock para ajudar a Scotland Yard, que já não sabe o que fazer. Depois, quando Sherlock descobre tudo e prende o criminoso, inicia-se uma segunda parte, completamente desligada da primeira, em que se conta a história por detrás deste criminoso e dos seus crimes.

Não é algo que se veja em muitos policiais. Normalmente temos acesso a estas histórias prévias contadas pelo próprio criminoso, ou descobertas lentamente pelos protagonistas. Mas Sherlock, tal como o Poirot de Agatha Christie, gosta mesmo é de manter tudo escondido e toda a gente completamente às escuras até chegar a altura de fazer uma revelação bombástica em grande estilo.

Diga Sherlock o que disser, ele gosta da atenção e precisa dos seus pequenos momentos para brilhar.

As personagens estão todas bem caracterizadas, com três além de Sherlock a assumirem uma maior importância: Watson, Lestrade e Gregson. Os últimos dois são inspectores da Scotland Yard, rivais e negligentes quanto às capacidades de Sherlock - excepto quando precisam delas. Watson é um médico militar reformado por lesão, um homem curioso que acaba por partilhar um apartamento com Sherlock.

Mas Sherlock... Que personagem! Os seus poderes dedutivos parecem magia, e se se conseguir desligar o senso comum durante as explicações dele, soam absolutamente fantásticos. Mas os seus outros traços, como a extrema apatia em que cai com frequência, contrastando com os momentos de extrema energia, a sua frieza e distância de tudo e todos, o seu conhecimento profundo de assuntos que lhe interessam, como saber distinguir as cinzas de diferentes cigarros (!) e a sua ignorância profunda quanto a assuntos que não são relevantes para o seu trabalho, como saber que é a Terra que gira em redor do Sol (!!!)... Fascinante!

Homem de muitos ofícios, todos aprendidos e executados por conta própria, Sherlock é uma personagem incontornável e descobre a solução para os crimes aparentemente sem grande esforço. Depois disso é contada a história que levou aos crimes, uma história de coragem, medo, fanatismo, opressão e amor numa comunidade mormon. Esta segunda parte, apesar da ausência das personagens e da história da primeira, não perde o interesse e é a forma perfeita de contar o que se passou.

Devo dizer que ler Arthur Conan Doyle em inglês é muito melhor do que em português. Desta forma é possível reconhecer a voz de Holmes e Watson como o autor queria que elas fossem, e não deturpadas por uma tradução que, por muito boa que seja, deixa sempre escapar qualquer coisa. Aconselho vivamente!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Dia em que o Mundo Acabou

Título: O Dia em que o Mundo Acabou
Autor: Arthur Conan Doyle
Tradutor: Isabel Veríssimo

Sinopse: Regressado da famosa aventura no Mundo Perdido, o professor Challenger enfrenta o maior perigo de toda a sua vida: a Terra vai passar por uma cintura de éter envenenado e a Humanidade pode não sobreviver. À medida que o veneno entra na atmosfera, o terror e a loucura varrem o globo. As cidades são devastadas por motins, as comunidades desmoronam-se e as comunicações cessam. O professor Challenger e os seus amigos, barricados num quarto selado, só podem assistir à morte do planeta.

Opinião: Mais pequeno que o seu predecessor, "O Mundo Perdido", este livro agarra nas mesmas 4 personagens que viveram as peripécias dessa primeira aventura e atira-as para o meio de um problema bastante diferente. Desta vez, Summerlee, Lord Roxton e Malone são convocados pelo professor Challenger, que continua irascível e impulsivo como sempre, para um encontro algo misterioso em sua casa, pedindo a cada um que leve oxigénio.

Todos acham que o pedido é estranho, mas cumprem. A razão é algo que Challenger tem vindo a anunciar para quem quer que queira ouvir: a Terra vai passar por uma cintura de éter envenenado, matando toda a população. Segundo ele, chegou o fim do mundo. Como é óbvio, não há muita gente a levá-lo a sério, tal como aconteceu em "O Mundo Perdido", e ele continua incapaz de ser mais pacífico e de tentar provar, de forma calma, que tem razão, o que apenas o desacredita ainda mais.

O tom na narrativa é bastante parecido com o do livro anterior, e as personagens continuam basicamente iguais. Quer dizer, o velho Summerlee está mais receptivo, e o próprio Challenger parece mais... "acalmável". Até mostra, por vezes, que é um ser humano!

A história em si é interessante, mas teria sido ainda mais se eu não tivesse sido curioso demais nas minhas pesquisas e descoberto logo o desfecho... No entanto não perdi muito, aquilo acaba por ser um pouquinho para o previsível. A parte mais interessante é mesmo quando estão os 4 fechados numa sala, os últimos 4 sobreviventes da raça humana, e não têm mais nada para fazer sem ser dissertar sobre os mais variados assuntos. Criam-se diálogos bastante interessantes.

Tal como "O Mundo Perdido", este segundo livro sobre o professor Challenger, "O Dia em que o Mundo Acabou", também merece ser lido, não só pela sua história interessante, mas pela tremenda personagem que é Challenger.

domingo, 10 de junho de 2012

O Mundo Perdido

Título: O Mundo Perdido
Autor: Arthur Conan Doyle
Tradutor: J. Lima da Costa

Sinopse: Sherlock Holmes nunca foi, ao contrário do que poderia naturalmente julgar-se, um personagem que agradasse ao seu criador Sir Arthur Conan Doyle. As preferências deste inclinaram-se sempre para o Professor Challenger e a tal ponto que chegou a pôr umas barbas postiças para ficar parecido com o cientista que era "o mais alto produto da moderna cultura europeia". Existem, aliás, fotografias que mostram essa extravagância... Desafio terrível mas à medida exacta do génio do Professor Challenger... e do génio de Conan Doyle que, nesta sua faceta desconhecida entre nós, sabe rodear toda a história de um humor muito subtil, de suspense e de uma lógica tão insuperável que até o próprio Watson notaria estar a ler um escritor muito conhecido do seu amigo Sherlock Holmes...

Opinião: Este livro só teve um pormenor verdadeiramente desagradável: a minha edição tem 16 páginas a menos. É verdade. Chego quase a meio e a cada duas páginas tinha duas em branco, num total de 16 pedacinhos de história desaparecidos. Por sorte conheço alguém que tem exactamente a mesma edição, só que inteira, e que me emprestou o livro para eu ler o que me faltava.

Tirando isso foi uma leitura mais do que agradável, bastante diferente dos seus policiais, com o mais que famoso Sherlock Holmes. Já esperava que assim fosse. Conan Doyle era um escritor de uma enorme qualidade que não se devia querer ver preso a uma personagem e a um estilo de literatura.

E pelos vistos não era grande fã daquele que é provavelmente o detective mais conhecido do mundo. Como diz na sinopse, as suas preferências caíam mais para o protagonista deste "O Mundo Perdido", o irascível Professor Challenger, que é sem dúvida a melhor personagem de toda a obra. As semelhanças deste com Sherlock ainda são bastantes, apesar das diferenças serem demasiado acentuadas para os poder classificar como parecidos. Challenger, tal como Sherlock, é dotado de um cérebro absolutamente brilhante e não deixa nada ao acaso. Mas depois é baixo e encorpado, ferve em pouca água e tem uma arrogância desmedida, enquanto que Sherlock é alto e escanzelado, sempre calmo e tem apenas uma arrogância natural que disfarça bastante bem.

Pessoalmente prefiro o Sherlock Holmes. A sua calma fria e o seu método lógico são absolutamente fascinantes... Mas Challenger não lhe fica nada atrás. Posso até dizer que é das melhores personagens que já vi num livro. Até a forma como lida com a pequena expedição que ficou de ir até ao mundo perdido por ele descoberto é simplesmente... nem sei, hilariante? Genial? Enfim. Este mundo perdido está caracterizado de forma excelente, com dinossauros e outros bichos que tais a espreitarem atrás de cada árvore e cada planta, também elas verdadeiros artefactos pré-históricos.

Com um final algo acelerado como único grande defeito (tirando as páginas em falta, mas enfim, isso já não foi culpa do autor), "O Mundo Perdido" torna-se um grande livro, bastante diferente daquilo que é mais conhecido em Conan Doyle, mas sem deixar de ser uma história bem escrita, com boas personagens e contada como deve ser. Resumindo, uma obra que merece ser lida.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Regresso de Sherlock Holmes I, II e III


O Regresso de Sherlock Holmes tem originalmente 13 contos, publicados em 1905, e divulgados em 1903 e 1904, pela revista Strand Magazine, dos quais só 9 se encontram nestes 3 livros:


A Ciclista Solitária
A Escola do Priorado
Pedro Negro
A Casa Vazia
O Construtor de Norwood
Os Dançarinos
Charles Augustus Milverton
O Atleta Desaparecido
A Granja da Abadia

Entre estes, destaco, obviamente A Casa Vazia, história usada para o regresso do detective da sua suposta morte, após vários protestos dos leitores, que obrigaram o autor a "ressuscitar" Sherlock Holmes. Watson quase que tem um ataque cardíaco ao ver o seu companheiro vivinho da silva, depois da sua suposta morte.

E tenho que admitir que foi extremamente engenhosa, a maneira como Conan Doyle o trouxe de volta. A explicação de que apenas Moriarty teria caído do precipício, mas que como o detective ainda tinha vários inimigos perigosos, decidiu fingir a sua morte, para ter algum sossego, e apenas voltar na altura certa.

Uma reviravolta impressionante, e que muito sinceramente, foi mais do que completamente inesperada!

domingo, 6 de setembro de 2009

Memórias de Sherlock Holmes I, II e III


As Memórias de Sherlock Holmes, têm, no original, 11 contos, publicados em 1894, tendo sido divulgados na revista Strand Magazine, em 1892 e 1893. Estes 3 livros, só trazem 10, desses 11 contos:


O Problema Final
O Paciente Internado
O Enigma de Reigate
O Corcunda
A Tragédia do Glória Scott
A Estrela de Prata
O Tratado Naval
O Intérprete Grego
O Ritual de Musgrave
O Escriturário da Corretagem

Estes contos são relatados por Watson, como sempre, mas já depois da (suposta) morte do detective. Pareceram-me contos com um tom mais sombrio, talvez numa tentativa do autor de transmitir o luto e o pesar de Watson, amigo intímo do detective.

Entre eles, temos A Tragédia do Glória Scott, que é, nada mais nada menos, do que a situação que fez Sherlock Holmes dedicar-se à sua profissão. O próprio detective contou a história a Watson, enquanto remexia nuns papéis, e este, como não podia deixar de ser, tomou as suas notas para mais tarde a relatar.

Encontramos também O Problema Final, que é uma das histórias mais importantes do detective, por ser aquela em que ele morre em confronto com Moriarty, o seu pior inimigo. Várias vezes Sherlock Holmes aponta Moriarty como sendo o mais brilhante criminoso de Londres, e possivelmente de toda a Europa, afirmando que se havia alguém capaz de rivalizar com ele, seria certamente Moriarty.

Mais uma vez, uma série de contos de casos estranhos e complicados, bem ao gosto de Sherlock Holmes.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Último Adeus de Sherlock Holmes


O Último Adeus de Sherlock Holmes inclui originalmente 8 contos de Sherlock Holmes, publicados em 1917, e divulgados pela Strand Magazine nos anos de 1893, e de 1908 a 1917. Neste livro vêm apenas 3, desses 8 contos:


Os Planos do Submarino Bruce-Partington
O Pé do Diabo
A Caixa de Papelão

3 contos, estranhos, como sempre, entre os quais temos Os Planos do Submarino Bruce-Partington, onde temos uma das raras aparições do irmão de Sherlock Holmes, Mycroft Holmes, que, segundo o detective, é ainda mais brilhante que ele próprio, e tem as mesmas capacidades que ele, embora muito mais aprimoradas, e que Mycroft só não se dedica à investigação criminal, ou a um trabalho mais activo, por lhe faltar a energia que Sherlock tem em demasia. O próprio Sherlock recorre várias vezes ao irmão, quando deparado com um problema complicado, ou quando em frente a uma pista que não consegue resolver.

Mycroft tem um trabalho especial no Governo Britânico, e é por causa de algo secreto dentro do próprio Governo, que ele recorre ao irmão, esperando que este resolva o mistério em volta da situação.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Aventuras de Sherlock Holmes I, II e III


As Aventuras de Sherlock Holmes, são originalmente compostas por 12 contos de Sherlock Holmes, publicados em 1892, sendo primeiramente divulgados na revista Strand Magazine, entre 1891 e 1892. Nestes 3 livros vêm apenas 10 dos 12 contos:


Um Escândalo na Boémia
O Mistério do Vale Boscombe
O Carbúnculo Azul
O Homem do Lábio Torcido
Um Caso de Identidade
A Faixa Malhada
As Cinco Sementes de Laranja
A Liga dos Cabeça Vermelha
O Solteirão Nobre
As Faias Cor de Cobre

Como na grande maioria das histórias deste famoso detective, todas estas histórias têm como particularidade o serem especialmente bizarras e fora do normal. Sherlock Holmes tinha um apetite peculiar por problemas interessantes, e quanto mais complicados melhor. Como que gostava de se pôr à prova e testar as suas capacidades.

São todas elas narradas por Watson, seu amigo, companheiro de aventuras e biógrafo, que mais do que uma vez declara a sua admiração pelas capacidades excepcionais de Sherlock Holmes, embora também revelasse ocasionalmente algum ressentimento pelas maneiras de Holmes, mas aceitava-as como sendo particularidades do amigo, que eram causa natural do seu trabalho e da maneira como trabalhava, em grande parte, devido àquela maneira de pensar e de agir muito própria dele, e deixava passar.

Todos estes contos são absolutamente fenomenais, estando entre eles aquele no qual Sherlock Holmes alguma vez revela algum interesse por uma mulher. Em Um Escândalo na Boémia, Holmes vê-se em confronto intelectual com Irene Adler, que consegue "vencer" o detective, deixando uma profunda marca na sua pessoa, que Sherlock Holmes várias vezes expressa admiração por aquela mulher.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O Signo dos Quatro


Esta é a segunda história de Sherlock Holmes, onde, mais uma vez, presenciamos as brilhantes capacidades mentais desta personagem.

Desta vez é uma jovem, Mary Morstan, que procura Sherlock Holmes, e que conta uma estranha história. O seu pai morreu dez anos antes, e quatro anos após a sua morte, a jovem começa a receber anualmente uma pérola de grande valor, até que um ano, recebe um bilhete a marcar um encontro.

Preocupado e estranhando isto, a jovem procura Holmes, e pede-lhe ajuda para saber o que se passa. Holmes e Watson acompanham a jovem ao tal encontro, onde conhecem Thaddeus Sholto, filho do major Sholto, que era amigo do pai de Miss Morstan. Ele conta como o seu pai tinha escondido um tesouro, que pelos vistos lhe pertencia a ele e ao pai de Miss Morstan, e que tinha sido ele que tinha enviado as pérolas ao longo daqueles anos.

Mas o major Sholto morreu, e antes de morrer escondeu o tesouro, e expirou pela última vez, antes de poder revelar o esconderijo. Mas o irmão de Thaddeus, Bartholomew, encontrou-o, e é por causa disso que Thaddeus marcou o encontro com Miss Morstan. Juntos dirigem-se todos a casa de Bartholomew, mas encontram-no morto.

Um mistério, no qual Sherlock Holmes rapidamente se embrenha, tentando descobrir quem matou Bartholomew, mas só se encontrado com estranhas pistas...

Um caso bizarro e curioso, em que Holmes quase falha, devido à esperteza do criminoso. As capacidades de dedução e observação estão presentes nesta história, como em todas as desta personagem, e revelam-se, mais uma vez, espectaculares. Outro grande policial de Sir Arthur Conan Doyle.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um Estudo em Vermelho


É neste livro que Holmes e Watson se conhecem. Holmes como um estudante excêntrico por conta própria, e Watson como um ex-médico do exército, ferido no Afeganistão. Passam a viver juntos, partilhando as despesas do (famoso) apartamento 221-B de Baker Street, e Holmes tem o seu primeiro grande caso.

Numa casa abandonada, é encontrado o corpo de um homem sem nenhuma ferida, mas coberto de sangue, e com a cara contorcida num esgar do mais puro terror.

A partir daí podemos assistir às brilhantes e poderosas capacidades de observação e dedução de Sherlock Holmes, além de ficarmos a conhecer algumas particularidades da sua bizarra personalidade.

A história é contada na 1ª pessoa por Watson, que tem um papel de ajudante e biógrafo de Holmes, tornando-se seu amigo.

Eu cá sou um fã de Sherlock Holmes, e sinceramente não me lembro se já tinha lido esta história, mas se já li, foi há tanto tempo que não me lembrava de nada. Só sei que não me desapontou, com aquelas brilhantes deduções e, mais interessantes ainda, as explicações. O que primeiro parece pura sorte e adivinhação, revela-se como nada mais do que profundo conhecimento, e a utilização de umas espectaculares capacidades.

Um grande, grande policial, de uma personagem de quem já toda a gente ouviu falar.