Um livro que nos é apresentado como uma conversa entre o grande explorador, Marco Polo, e o Kublai Kan, o imperador mongol, em que o primeiro descreve as cidades que visitou (ou não), ao segundo.
Mas na realidade aquilo que temos é um conjunto de vários mini-contos (55, para ser preciso), divididos e estruturados de forma matemática, com 11 temas, com 5 cidades contempladas em cada um, tudo dividido em 9 capítulos, intercalados com trechos de conversa entre as duas personagens.
As cidades descritas por Marco Polo têm um rigor matemático e geométrico, ao mesmo tempo que apresentam uma forte impressão subjectiva. Todas elas têm nome femininos, todas elas são fantásticas e surreais, embora pudessem perfeitamente ser mais do que reais.
São cidades que não seguem uma linha temporal a direito, pois tanto é descrita uma cidade medieval, como uma cidade moderna, com arranha-céus, e motas.
Os trechos de conversa entre Marco Polo e Kublai Kan estão repletos de divagações filosóficas e de "pensamentos profundos", tudo baseado nas descrições de Marco Polo.
É, acima de tudo, um livro surrealista, ainda que escrito com rigor matemático, que tem como objectivo deixar-nos a sonhar e a imaginar as cidades descritas por Marco Polo, a fazer-nos desejar conhecê-las melhor, ao mesmo tempo que nos ataca ao de leve com as questões filosóficas ali expostas (algumas que nem consegui compreender muito bem, confesso).
Italo Calvino é sem dúvida um autor a reler.
1 comentário:
Só li O castelo dos destinos cruzados, dele.
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