Título: The Silmarillion
Autor: J.R.R.Tolkien
Sinopse: The Sirlmarilli were three perfect jewels, fashioned by Fëanor, most gifted of the Elves. When the first Dark Lord, Morgoth, stole the jewels for his own ends, Fëanor and his kindred took up arms and waged a long and terrible war to recover them. This is the story of their rebellion against the gods and the history of the heroic First Age of Middle-earth.
Opinião: Tolkien é grande. Não era, é. Gostem ou não de fantasia, sejam ou não grandes fãs de Tolkien e da sua obra, este é, objectivamente falando, um dos melhores livros que já li e que prova que já não se fazem génios como este brilhante escritor.
Se em The Hobbit, que li recentemente, a história tem um tom leve e quase juvenil, em The Silmarillion o tom é simplesmente épico. Foi como agarrar num livro de mitologia e ler todo o folclore de um mundo. Quem me conhece minimamente já deve imaginar que bastaram, vá, 10 páginas para me render completamente.
Dividido em cinco partes, o livro começa com o Ainulindalë, que é nada mais do que o mito da criação do mundo e de tudo o que existe, pelas canções de Eru, ou Ilúvatar, e dos Valar, os deuses. São poucas páginas, mas de uma beleza e magnificência tão bem construída que custa a acreditar que não é de facto um mito modelado por séculos de história.
Em Valaquenta, a segunda parte, também não muito grande, descrevem-se os Valar e os seus poderes, e de como um deles, Melkor, se tornou no Inimigo. Tolkien consegue novamente escrever um verdadeiro mito, uma história que podia ter sido contada durante gerações até chegar a este livro.
A terceira parte é o Quenta Silmarillion, a maior parte do livro. Aqui conta-se a história dos Elfos, dos Silmarilli, da revolta dos Elfos, da traição dos Homens, das batalhas com Melkor, ou Morgoth, e com Sauron, da demanda pelos Silmarilli e tanto mais que me é impossível dar uma descrição fiel daquilo que aqui se conta. É uma história do mundo após a sua criação, de como prosperou e do seu declínio, a culminar no Akallabêth, a história de como a perfeição do mundo culminou na sua desgraça e destruição.
Por fim vem Of the Rings of Power, que conta, adivinhem, a história dos anéis que é depois narrada em pormenor na trilogia The Lord of the Rings. Na sua totalidade, The Silmarillion conta a história da Middle-earth que tão bem conhecemos da trilogia, quer em livro quer em filme, pois para contar a história de como os Silmarilli foram criados, admirados, invejados, perdidos, recuperados e perdidos outra vez, no meio de batalhas, traições, conspirações e grandes histórias de amor, paixão e perdição, é preciso contar a história à sua volta, que envolveu tantos acontecimentos que chega a ficar complicado acompanhar tudo.
É este o grande defeito deste livro, e provavelmente o único que lhe consigo apontar. Há demasiada coisa a acontecer, com demasiados nomes. O índice de nomes tem 50 páginas! A minha memória não está minimamente preparada para tamanha torrente de informação, portanto reti muito pouco no que toca a nomes, relativamente ao número enorme de pessoas, lugares e acontecimentos que são nomeados. Não foi uma leitura fácil, pois o livro acaba por se tornar algo pesado e denso, e é preciso andar sempre a procurar nomes no índice, ou a voltar atrás para relembrar o que aconteceu. E mesmo assim sinto que não apreendi como deve ser nem metade daquilo que o livro oferece.
Por essas e por outras, posso afirmar que o livro é genial, o melhor Tolkien e um dos melhores livros que já li, que tem apenas o defeito de precisar de uma atenção muito redobrada para ser possível acompanhar tudo o que acontece e todos os que aparecem. Mas ainda assim um livro que vale a pena ser lido, re-lido e re-re-lido e...