sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A Mãe que Chovia


Texto: José Luís Peixoto
Ilustrações: Daniel Silvestre da Silva

Sinopse

Opinião: Mais um livro que me foi emprestado por um colega do museu, e desta vez um no qual eu nunca iria pegar de livre e espontânea vontade. Sim, tenho um problema com o Peixoto. E não foi este livro que o resolveu.

Sendo um livro para crianças, seria de imaginar que dou um desconto e tal, mas não. Os livros infantis são tão bons de ler como outros quaisquer, e um bom livro infantil pode bater aos pontos qualquer outro tipo de bom livro.

Não é o caso. A história é engraçada, tem uma boa ideia e alguma escrita inteligente. Cedo a mão à palmatória, de vez em quando há bons momentos. Toda a noção de uma criança que é filha da chuva é muito interessante, e o tratamento que lhe é dado, tanto pelo texto como pelos desenhos, é bom, pelo menos a espaços.

Quer dizer, as ilustrações são sempre boas. Realistas mas algo... Difusas. Não demasiado elaboradas, mas com pormenores suficientes para se dizer que têm de facto pormenores relevantes. Como um sonho. E isso, pelo menos, é fantástico.

O texto é que deixa muito a desejar. E não, não estou a dizer isto só por ser o Peixoto. Desde frequentes falhas gramaticais que me deram enfartes agudos do gramaticárdio, até sintaxes demasiado elaboradas para um livro de crianças, passando por um final sem imagens, com pelo menos quatro páginas inteiras de texto texto texto, a tentar ser poético e a falhar redondamente nisso, e em ser acessível para crianças.

Um livro para crianças que não acessível a crianças? É verdade. Foi isso que Peixoto escreveu. E nem as ilustrações de Daniel Silvestre da Silva o salvaram.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ainda não li nada do homem... ainda que já tenha notado essa falta de gosto que tens pelo mesmo.
Quanto ao que conheço dele, acho piada a um homem de 40 anos cheio de piercings...

Mas porquê todo o fel com que carregas cada crítica que fazes às obras do Peixoto?

Francisco Fernandes

Jules disse...

Deixar só a nota de que utilizaste a forma medicamente correcta: Enfarte Agudo do Gramaticárdio. Fico feliz pela precisão e correcção do teu texto. Era isto. Boa tarde e obrigada!

Rui Bastos disse...

Francisco, em parte tenho um ódio de estimação por causa de um concurso em que ele foi júri e em participei há uns anos atrás. Não nego. Mas em grande parte é porque escritores como ele me fazem espécie. A escrita é meramente razoável, quando não é má, e os textos raramente fazem sentido. São experimentalismos com a mania que são modernos. É o tipo de autor que a crítica profissional adora, e que eu abomino, porque é, pura e simplesmente, má literatura.

Jules, um dia tenho que escrever melhor sobre essas coisas...

Clarinda disse...

Apesar de apresentar uma escrita pouco comum, admiro e sou fã do JLP.
Respeito, no entanto as ideias de cada um!

Sou seguidora do seu espaço há algum tempo e gosto muito de por aqui passar.
Divulguei-o no meu blog. Espero que seja do seu agrado! :)

http://lerviverler.blogspot.pt/2015/02/vida-noutro-blog-148.html

Rui Bastos disse...

Clarinda, é esse o espírito ;)

E obrigado! Continue a passar por cá e a achar-me motivado, que o objectivo é que as pessoas gostem!