Autora: Marta Monteiro
Opinião: Muito bom. Este livro foi-me emprestado por um colega do museu, ele próprio um artista, quando se apercebeu que, digamos, livros era a minha cena. Também me emprestou outros dois, dos quais falarei a seu tempo, mas decidi começar por este, o mais pequeno e ainda por cima o que mas me interesse me despertou - não tem qualquer texto.
É logo aí que entra a parte de ilustração, com uma utilização das sombras que é qualquer coisa de especial, sem sequer contar propriamente uma história. É mais um cruzar de histórias, com milhentas interpretações possíveis e imaginárias! Estarão as sombras maluquinhas de todo? Isto será apenas um dia normal num mundo diferente do nosso? Passa-se alguma coisa estranha? Não sei, mas é delicioso ver as sombras a afastarem-se dos seus donos, e a interagirem umas com as outras e com o mundo real.
Para o tipo de ilustração, que não é dos meus favoritos, fiquei agradavelmente surpreendido. A ausência total de texto poderia ser um grande senão, mas não me chateou. Não é importante, e o que me parece é que apenas me iria distrair daquilo que realmente interessa. O livro assim até ficou a ganhar!
Sim, porque por vezes as sombras são subtis na sua diferença/revolta, mas há sempre qualquer coisa. O texto iria ser redundante, na melhor das hipóteses. A autora fez um excelente trabalho e este livro deixou-me realmente curioso!
O facto de ser um livro infantil também não se fez notar. Sim, talvez seja um bocadinho ingénuo e simplista, mas qual é o problema disso? Não é difícil alguém abrir este pequeno livro e perder-se a explorar o mundo que ali está representado, tentar perceber o que vai determinada sombra fazer, ou porque é que as sombras se estão a comportar assim.
Será que estão a manifestar os traços do subconsciente das pessoas? E o homem cuja sombra é um ladrão talvez até gostasse de andar por aí a roubar, mas reprime? Boa pergunta, à qual os petizes dificilmente chegarão, o que apenas prova que Marta Monteiro fez aqui um trabalho que pode agradar a toda a gente.
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