segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Onde Vivi e Para Que Vivi


Autor: Henry David Thoreau
Tradutora: Odete Martins


Opinião: Sabem quando um livro até podia ser interessante, mas fica aquém? E nem sequer é propriamente por ser um mau livro, ou estar mal escrito, mas sim porque pura e simplesmente não é algo que vos interesse muito?

Pois é, foi o que aconteceu com este livro. Não tinha nenhum motivo em especial para ler isto, mas decidi pegar nele porque andava aqui por casa e precisava de alguma coisa pequena para despachar rápido e desanuviar.

Não conhecia o autor nem nunca tinha ouvido falar do livro em lado nenhum. Curiosamente, depois de o ler, encontrei um livro do autor na Fnac. Mas antes, não sabia nada de nada. O que significa que comecei a leitura completamente às escuras, por assim dizer. E quando percebi sobre o que era, até achei piada: uma espécie de visão naturalista e simples da vida. Ou de como o autor acha que a vida devia ser, melhor dizendo.

Só que pronto, não é tema que me interesse. Estes ideais de comunhão com a natureza e de vida simples, à base de trocas e uma vida calma, é demasiado simplista para mim. Simplesmente não é realista. Talvez há umas décadas até fosse mais razoável, mas entretanto as coisas evoluíram, e viver assim é viver como um eremita sem grande futuro.

Também não consigo deixar de pensar que alguém a viver assim é pura e simplesmente egoísta. Não contribui nada, para nada. Bem, não chateia ninguém, já é qualquer coisa, é verdade. Mas é uma vida de isolamento, de afastamento e até de alienamento em relação aos outros e à sociedade.

No entanto tenho que deixar bem claro que é um livro bem escrito, porque é. Thoreau tem uma escrita clara e objectiva o suficiente para fazer passar o seu ponto de vista sem o forçar no leitor, algo que muitos autores contemporâneos portugueses podiam aprender a fazer. Mas pronto, lá está, não é o meu tipo de leitura, e portanto não a apreciei como poderia ter feito, por muito que reconheça a qualidade da escrita e do livro.

4 comentários:

Anónimo disse...

Não li o livro, mas ultimamente tenho tido tanto contacto com a realidade (Como se antes não vivesse bem nela...) que às vezes só me apetece ler finais felizes para sempre...
Talvez deva ler esse livro para me enlear ainda mais na necessidade de viver na realidade.

Isto é das horas...

Abraço

Francisco Fernandes

Rui Bastos disse...

Olha que acho que tu ias gostar ;)

Anónimo disse...

No outro dia estava a discutir com o meu irmão os finais dos animes e mangas japonesas e normalmente tendem todos para finais felizes.
Claro que maior parte destina-se a crianças e, por isso, não podem acabar como o The Departed ou coisa do género.

Mas ainda assim, hoje em dia acho que faz falta a muitas pessoas acreditarem em finais felizes e em heróis corajosos e bondosos por natureza.

Aquilo que por exemplo o GRRM ou o Abercrombie faz ao matar as personagens mais boazinhas é dotar de uma realidade crua e dura o mundo literário; um mundo para o qual normalmente as pessoas fogem para se escudar momentaneamente da realidade em que se vive hoje em dia.

Será isso bom?

Não sei, não sei...

Francisco Fernandes

Rui Bastos disse...

Finais felizes? Já viste Deathnote? :p E até Neon Evangelion, aquilo é mais bizarro do que feliz xD

Mas sim, concordo. É assim, os animes e as mangas são exageradas por natureza, portanto mesmo que o final seja, digamos, "normal", vai parecer suuuuuper feliz!

O que te respondo é isto: será bom que as pessoas usem os livros para fugirem completamente ao dia a dia? Não correm o risco de ficar iludidas e alheadas da realidade?