sexta-feira, 27 de março de 2015

SPADS (XIII #4)


Argumento: Jean Van Hamme
Arte: William Vance
Tradução: Rui Freire


Opinião: Não gostei tanto deste volume. Quer dizer, é complicado. Em SPADS, a torrente infindável de desgraças continua a cair em cima de XIII e de todas as pessoas com ele associadas (mas principalmente nele), e das duas uma: ou já se está envolvido o suficiente com o enredo e com as personagens para se achar isto emocionante e fantástico, ou parece simplesmente ridículo.

Eu estou na fronteira.

Se por um lado gostei de ver XIII atirado para uma situação completamente diferente, muito mais rígida, em que não está fisicamente preso, mas sim psicologicamente, de certa forma, ao mesmo tempo que a sua história avança sem ele, por outro achei que muito do que se passou foi completamente desnecessário e que acabei por perder tempo.

E também há o facto de o protagonista, XIII, ser uma boa personagem, mas ficar muito atrás de outras personagens como o General Carrington, a Major Jones, o Mangusto, o Coronel Amos, enfim, uma série de personagens mais ou menos secundárias que me agradam muito mais e que prefiro acompanhar.

Tendo isso em conta, é fácil de perceber que me tenha desinteressado, por vezes, daquilo que estava a acontecer ao protagonista: queria era concentrar-me no que se estava a passar com todas as outras personagens!

Mas verdade seja dita, Jean Van Hamme fez um bom trabalho de argumento. Mesmo quando sou obrigado a acompanhar XIII e as suas milhentas identidades, sinto-me interessado. Quero pelo menos saber qual vai ser a próxima identidade que ele vai descobrir. E o argumento está a conseguir ligar todas as pecinhas de forma exemplar.

A arte de William Vance, por seu lado, é sempre agradável de acompanhar. Às vezes até parece imperfeita, com muito detalhe, mas mais rabiscado do que outra coisa, só que nunca perde o interesse. Nem falo dos cenários e de tudo o que estiver em pano de fundo, porque é sempre tudo um autêntico regalo visual.

Confesso é que se não tivesse já os livros todos, talvez desistisse de acompanhar. De certa forma, não compensa, e os livros parecem mais longos do que são, devido ao grande formato que deixa ter muito texto e muita imagem detalhada na mesma página. BD já leva muito tempo a ler, tendo em conta que é noventa por cento imagens, mas esta ainda demora mais. Mas pronto, eu continuarei a dar o benefício de dúvida, que já ouvi que o arranque é lento, mas depois quando começa realmente é sempre a abrir.

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