Argumento: Jean Van Hamme
Arte: William Vance
Tradução: Rui Freire
Opinião: O início deste volume é o mais interessante até agora. XIII está num manicómio no meio de nenhures, onde é submetido a terapia de choque para recuperar a memória. Está bem feito, bem descrito e tem um bom ritmo. Acho que a história só teve a ganhar por de repente ficar confinada a um local, em vez de andar a deambular por todo o lado.
Claro que nada corre bem dentro do manicómio: XIII quer fugir, e não é o único. Os médicos que cuidam dele e dos seus companheiros loucos são cruéis e desvairados, como não podiam deixar de ser. O costume.
A representação das personagens loucas está muito bem feita, tanto a nível gráfico como a nível de diálogo e de papel na história. E há uma cena em particular, da fuga de XIII pelos esgotos, com vinhetas pequenas e claustrofóbicas, que está espectacular.
Em termos gerais, é uma ligeira pausa no enredo alucinante dos livros anteriores, com pequenas pistas para o que vem a seguir, como o facto de XIII ter sinais de ter sido submetido a uma cirurgia plástica, revelando assim que não é de facto quem se achava que ele era. Outra vez.
Pelo meio aparece a Tenente Jones, sempre esbelta e segura de si própria, a meter o bedelho onde não era chamada, e a precisar de ser salva antes de salvar o dia. Também o costume. O que é interessante é ver como no meio de tudo isto, o mistério em torno de XIII e da sua identidade se adensa consideravelmente, mesmo com o enredo a um ritmo mais lento.
Acho que isso é algo muito bem conseguido pelo argumento, e faz-me querer continuar a ler para saber mais, sem sombra de dúvida. A arte de William Vance continua realista e detalhada, com uma especial atenção aos cenários e uma infeliz incapacidade em dar expressão às personagens (excepto aos loucos, de tão exageradas que são). Vamos ver o que me espera nos próximos livros.
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