Título: Golfinho de Júpiter
Autora: Mary Rosenblum
Sinopse: Anton Kraj é um repórter de investigação especializado em documentários dramatizados, o melhor da sua área, cujo filho faleceu vítima de uma epidemia que assolou a Terra há anos. Atormentado pela prematura morte deste, consequência de uma fraude farmacêutica, dedica-se a elaborar docudramas acerca das investigações de fundo que leva a cabo. Jonah é uma Inteligência Artificial, uma sonda destinada a explorar os oceanos gasosos de Júpiter, em busca de vida inteligente. Concebida na forma de um golfinho mecânico, possui a personalidade de uma criança de 13 anos - precisamente a idade com que faleceu o filho de Anton Kraj. Da convivência entre os dois surge uma verdadeira cumplicidade, num turbilhão de eventos que ligam na perfeição o estilo da ficção científica com o do romance policial, será Jonah uma máquina ou um indivíduo? Num futuro, mesmo aqui à porta, como será a nossa relação psicológico com máquinas programadas para terem sentimentos?
Opinião: Confesso que achei piada a este livro antes de o começar a ler ou de ter lido a sinopse, graças ao seu título. Golfinho de Júpiter. Se há coisa que me agrada, é um bom título, e este é demasiado engraçado para ser mau.
Mas a verdade é que pouco me disse sobre o livro. Estava com esperanças de ter aqui uma história sobre umas quaisquer criaturas jupiterianas que se assemelhavam a golfinhos, ou algo do estilo, mas pouca sorte. Quer dizer, a história, que podem ler ali em cima na sinopse, é bastante interessante, ainda que não envolva mamíferos aquáticos esverdeados, nascidos e criados por entre as brumas do maior planeta do nosso sistema solar. Não posso é considerar isso um defeito!
O livro começa de forma abrupta, e não tem capítulos. São 91 páginas de texto corrido, sem interrupções, a acompanhar Anton Kraj e em certa medida Jonah, a Inteligência Artificial da sonda em forma de golfinho (ainda que não seja verde) que irá explorar Júpiter. A escrita é agradável, sem ser nada do outro mundo, e a autora conseguiu manter-me minimamente interessado, mesmo com alguns pormenores menos agradáveis.
Um desses defeitos é a previsibilidade da história. É tudo tão óbvio que se perde praticamente todo e qualquer suspense que fosse suposto existir. Quantas vezes não dei por mim a acabar de ler uma frase e a pensar "Bem, já estava à espera.", ou "Parece que acertei...", ao longo de todo o livro.
Outro é uma certa, digamos, implausibilidade em algumas coisas. A explicação para usarem a mente duma criança de 13 anos não me convenceu, por exemplo. São pormenores, não tão pequenos quanto isso, que não me deixaram apreciar o livro como ele merecia. Sim, porque a ideia é boa, a escrita é agradável e o desenvolvimento consegue ser interessante. No entanto acaba por ser um livro mediano, bom para entreter um bocado, mas que não deixa nenhuma marca em especial.
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