sábado, 20 de julho de 2013

Elitistas e pragas [1/2]


Ora bem, vamos já tratar da parte mais complicada: eu às vezes cometo erros. Raramente digo algo assim, portanto aproveitem. E não desesperem que isto não é uma crónica intimista em que confesso os meus pecados e vos faço uma visita guiada aos cantos negros da minha mente.

Há coisas que ficam melhor escondidas.

Esta crónica tem um propósito muito claro, que é falar de elitistas e de pragas literárias. Nem sequer inventei muito no nome, para ser óbvio, já viram?

Não sei é muito bem como começar. Talvez por mencionar que na crónica sobre elitistas começo logo por mencionar que sou ligeiramente elitista. E que na das pragas digo que sou ligeiramente elitista, arrogante e pessimista.

Portanto quando parece que estou a ser hipócrita, ou a fazer algo que previamente condenei, é apenas defeito de fabrico de quem é arrogante e de quem tem uns dedos rápidos no teclado.

O meu objectivo não é vir contradizer algo que tenha dito antes, nem sequer desculpar-me pelo que quer que seja. Venho apenas reconhecer que cometo erros e que a minha abordagem aos temas em questão pode não ter sido a melhor.

Passo a explicar. Quando escrevi o texto dos elitistas foi de rajada, numa súbita fúria em resposta a algo que me disseram sobre o meu gosto literário. Curiosamente a crónica saiu bem estruturada, bem explicada, e extremamente pouco ofensiva, excepto para os idiotas dos elitistas.

Sim, eu incluído, relaxem.

Mais recentemente escrevi o das pragas, calmamente, com uma ideia clara em mente sobre o que queria dizer, e o que saiu foi um texto ligeiramente ofensivo para muita gente e muita coisa, que parece contradizer o outro texto, e que dá uma visão errada daquilo que eu penso.

Como podem ver nos comentários, o texto gerou debate, incluindo uma divertidíssima intervenção anónima que praticamente se limitou a espetar lá um link para uma crónica que eu escrevi, o que me leva a crer que o dito anónimo me conhece bastante bem, para temer pela minha falta de memória. Obrigado pela atenção, caro anónimo, palerma como todos os anónimos.

Avançando, volto a repetir que não me venho desculpar de forma alguma. Eu sou de facto elitista e arrogante, só um bocadinho do primeiro e bastante do segundo, mas sou. Defeitos. Virtudes. Falhas de carácter, ou talvez não, depende do ponto de vista.

Mas gostava de clarificar as coisas. Por um lado, têm toda a razão em discordar comigo no texto das pragas, fui apenas chato e pedante, nesse texto. Pouco melhor que os elitistas de que me queixei na crónica de há uns meses.

Só que isso foi mais problema de comunicação que outra coisa. Talvez as minhas ideias não estivessem tão bem definidas quanto isso, na altura em que escrevi a crónica mais recente, mas o que é certo é que olhando para ela agora só posso concordar com quem refila: o que lá está escrito é por vezes profundamente errado.

Não penso em retirar o que disse, no entanto. Admito que cometo erros, mas não cedo a uma humilhação pública assim tão facilmente, por mais que esta crónica até agora pareça apenas dizer "eu, aqui, bueda humilde e bueda fixe, a falar bué sobre como a culpa não foi minha, ya?". Não sei porque é que escrevi como se fosse atrasado mental, peço desculpa.

E por agora o texto vai longo, meus caros. Amanhã há mais. Prometo falar de livros.

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