domingo, 21 de julho de 2013

Elitistas e Pragas [2/2]


Bem, agora que já passei a parte de algo parecido com desculpas esfarrapadas, vamos ao que interessa realmente num blog sobre livros.

Quanto ao texto dos elitistas, continuo a apoiar 100% do que lá disse. Já quanto ao texto das pragas, preciso de clarificar as coisas.

Logo para começar, há modas e modas. As modas a que eu me referia eram modas na escrita e não na leitura. Sim, as duas estão claramente associadas, mas pensem comigo. Uma coisa é de repente toda a gente querer ler Saramago. Outra coisa é que por causa disso, toda a gente passe a querer escrever coisas como o Saramago. Há modas e modas.

Os romances sobre criaturas sensuais dirigidos a um público mais jovem são de facto uma praga, digam o que disserem. Iniciou-se com Stephenie Meyer e continuou por aí fora, com dezenas e dezenas de autores a escreverem os mesmos tipos de livros, com os mesmos tipos de histórias, pura e simplesmente para aproveitar a boleia.

E isso chateia-me. Quero lá saber que haja gente que só leia isso. Não me podia estar a borrifar mais, a sério que não. Mas de facto não foi isso que transpareceu.

Quero então deixar aqui bem claro que continuo a não querer saber o que cada um lê, divirtam-se. Porno literário, romances sobre criaturas sensuais, Fantasia do mais hardcore que existir, livros só com sangue e tripas, livros de autores com um Nobel, clássicos com mais de 100 anos, ou livros de poesia moderna.

Não quero é ver o panorama literário a estagnar por causa de algo assim. Foi por isso que me insurgi contra aquilo que denominei de “pragas literárias”.

Mas vendo bem, o panorama literário não está estagnado. Talvez esteja um bocado, em algumas coisas, mas continua a haver por aí muita literatura bastante acessível, muita dela mais do que nunca.

Portanto sim, eu estava errado. Ligeiramente. Só um bocadinho. Quase nada… Ok, eu estava errado. Mais na forma como escrevi o que queria dizer do que outra coisa, mas reconheço que havia alguma falha de ideias.

Não desesperem! Podem continuar a mandar vir. Nem que seja porque eu continuo a não dar crédito às donas de casa que lêem porno literário e olham com ar enojado para outras coisas.

Don’t get me wrong, são livres de lerem o que quiserem e isso tudo, mas não façam de conta que o fazem pela extrema qualidade literária, nem me digam que isso não é porno.


E pronto, era isto. Acho que acabei por falar pouco sobre livros e estive mais tempo a desculpar-me do que outra coisa, mas pronto. Acordei bem disposto e achei que era uma altura tão boa como outra qualquer para ganhar algum juízo.

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