sábado, 9 de novembro de 2013

A porra da sinopse!

Razoável...
A sinopse é um dos primeiros contactos que normalmente temos com um livro. Quando vemos um livro e ponderamos se o vamos comprar, vemos a capa, se calhar lemos as primeiras páginas, vemos a sinopse... O costume.

Também é verdade que actualmente também não é muito estranho já termos ouvido falar de um determinado livro antes de o comprarmos, seja por recomendações de amigos ou por opiniões em blogs. Mas no fim acabamos por ligar muito à sinopse. No fundo serve como forma de nos convencer a levar aquele livro connosco.

Às vezes funciona e às vezes não. Como em tudo, há boas sinopses e há más sinopses. Há editoras que claramente se esforçam para que seja cativante, e há editoras que se estão a borrifar. Há casos em que já fiquei a pensar se a pessoa que escreveu a sinopse terá de facto lido o livro, ou passado das primeiras páginas.

Mas isso são pormenores. O que é mesmo, mesmo, mesmo, mesmo chato, são as sinopses que contam o livro todo. Ou que revelam acontecimentos importantes. De certeza que já toda a gente se deparou com um livro que tinha uma sinopse recheada de revelações do enredo (também conhecidas como spoilers). Não é irritante?

É uma das coisas que mais me aborrece num livro. "Deixa lá ver se isto é fixe...", leio a sinopse e fico a saber a história praticamente toda. BAM! Estraga-me logo a leitura.

Acho que o objectivo da sinopse não é ser um simples resumo do livro, esparramado na parte de trás para as pessoas demasiado preguiçosas ficarem a saber o que acontece. Uma sinopse tem que cativar e motivar, chamar a atenção de todas as formas possíveis e imaginárias, transmitir uma ideia do tom da história e do livro, mas sem nunca revelar grande coisa.

Compreendo que às vezes seja complicado: quando é a sinopse de um livro a meio de uma saga, por exemplo. Nesse caso aceito que seja difícil escrever uma sinopse sem revelações do enredo, mas podem pelo menos minimizá-las! Em vez de dizerem "Depois da morte desta personagem, no livro anterior, a nossa protagonista tem que enfrentar os malvados sejam lá o que forem para falar com um tipo. Conseguirá convencê-lo a ajudá-la?", porque não um simples "Depois dos acontecimentos do livro anterior, a protagonista tem que enfrentar desafios perigosos para conseguir a ajuda de alguém poderoso."

Corre o risco de ficar demasiado genérico e desinteressante, mas vocês percebem. Não me contem a história antes de eu começar a ler o livro! Há coisas tão desnecessárias. As sinopses dos livros do George R.R. Martin em português são uma festa. Eu até tenho medo, comecei a ler a do terceiro livro e calma lá que eu não quero saber o que raio se vai passar!

Este tipo de coisas ainda me chateia mais do que uma sinopse completamente desconexa do livro. Aquelas que ao ler ficamos com uma ideia do livro, do tom, da história, e depois de ler ficamos a pensar se não se enganaram na sinopse. Essas são irritantes. Mas sinopses com spoilers... Arre!

3 comentários:

Ana/Jorge/Rafa disse...

Pois, ia mesmo falar das do Martin, que em português, valha-me deus... Mas as da Saída de Emergência em geral costumam ter esse defeito para mim, não sei se é por quererem evitar ser genéricos, mas acabam por contar demasiado...

Por outro lado, eu costumo evitar as sinopses em geral, não gosto nunca de as ler, para mim o livro perde um bocado o encanto depois disso, manias minhas :)

Jorge

Sara disse...

tive uma cadeira na faculdade em que tínhamos de escrever sinopses, e é bem complicado...Mas concordo que aquelas que revelam demasiado são uma chatice. Aqueles livros da colecção mil folhas trazem a história todinha de lado,eu não sabia e tive um desgosto...No geral dou bastante atenção isso, é a terceira coisa para que costumo olhar num livro (a seguir á capa e ao preço), e é pena que as editoras não tenham mais brio...

Rui Bastos disse...

Já reparei que a SdE gosta de brincar aos spoilers, sim.

E concordo que é difícil escrever uma sinopse, mas isto assim é demais!

Também já tento fugir às sinopses, e à mínima indicação que tem spoilers, nem nunca mais olho para elas!