Argumento: John Layman
Arte: Rob Guillory
Tradução: José Hartvig de Freitas
Opinião: Divertidíssimo até ao tutano, este primeiro volume de Tony Chu é uma boa revelação. Comprado quase por impulso, durante o Fórum Fantástico, valeu completamente a pena!
Vejamos: detective canibal num mundo em que a gripe das aves teve um impacto ainda maior do que no nosso, e o departamento policial de controlo da comida se torna no mais agressivo e badass que existe. Vamos lá.
Os (apenas) nove euros para a edição fantástica que é, de capa dura e com qualidade, ajudaram bastante à compra, mas pareceu-me genuinamente engraçado. Os desenhos são meio cartoonescos, o que chama logo a atenção, e basta passar os olhos por meia dúzia de páginas para ver como está recheado de sillyness. O que é bom, bastante bom!
Há alguns problemas de tradução, como querer dizer o mais recente, de the latest one, e dizer o último. Até dói. Mas nada demasiado grave, pelo menos... A nível de enredo, só há duas coisas que, vá, me fizeram espécie: uma das personagens a mencionar a determinação do protagonista em encontrar o irmão, quando isso nunca acontece nem sequer é mencionado como possível história paralela. O tipo parece pura e simplesmente não se importar, durante a maior do tempo.
E depois há o planeta alien. Muito estranho. Nem sei o que dizer.
Mas tirando isso, sim senhor, um humor cinco estrelas, uma ideia original, esta da cibopatia, de ter impressões psíquicas de tudo o que se come - excepto, obviamente, de beterrabas - e um detective que aproveita essa capacidade para resolver crimes, tendo frequentemente que dar umas trincas em coisas mortas, invariavelmente em estados avançados de decomposição, com o ar mais nojento de sempre. Ah, e ocasionalmente são coisas humanas.
Nada como um vilão relativamente estereotipado para animar a festa, no entanto. Ou melhor, nem é bem um vilão, é mais um justiceiro de meia tigela com a mania que pode fazer o que muito bem lhe apetece em nome da sua própria versão do bem e do mal. Não deixa de ser interessante, até porque é uma personagem enorme, extremamente ágil e hábil com armas, sempre impecavelmente vestido e com uma forma de falar peculiar.
Em tudo contrastante com Chu, um desmazelado que só quer sossego e paz para as vítimas. É interessante ver a evolução da forma como esta personagem lida com as suas capacidades e com o potencial que elas têm para aquilo que faz, combater o crime.
No fim, o humor, muitas vezes puramente visual, é muito recompensador... Além de que se trata de um detective canibal. O que é que pode correr mal com isto?
2 comentários:
Este foi mais um que me deixou agarrada! Andam a sair umas coisas em BD que dão gosto! Dá vontade de ler mais!
É verdade, assim vale a pena!
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