quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

The Hobbit - The Battle of the Five Armies


Tolkien, Tolkien, Tolkien... Peter Jackson, Peter Jackson, Peter Jackson... Um faz-me suspirar por não ter escrito mais, o outro por de vez em quando fazer umas idiotices.

Os livros de Tolkien são qualquer coisa. Qualquer pessoa que fale disso nas minhas proximidades, leva com a minha opinião. Todos têm algum defeito, mas são verdadeiramente espectaculares. E épicos, sem qualquer sombra de dúvida.

E se há algo que é preciso dizer quanto aos filmes de Peter Jackson, é que transmitiram na perfeição essa sensação de épico, de deslumbramento total... O caso mais recente e mais paradigmático é o dragão Smaug, uma delícia visual e uma autêntica obra-prima dos efeitos visuais, ainda para mais com o talento vocal de Benedict Cumberbatch, que se entrega de alma e coração ao papel.


Mas depois aparecem as idiotices. Nem falo de ter dividido o Hobbit em três filmes, que o David Soares já falou nisso, e defendeu muito bem a decisão. Este alargamento tem algumas falhas, é verdade, pois inclui coisas perfeitamente desnecessárias, como personagens dos outros filmes só porque sim, e toda uma narrativa amorosa secundária que também não esteve lá a fazer grande coisa. Pormenores!

A verdade é que esta trilogia, juntamente com a outra trilogia, são marcos na história da cinema. Mais a primeira, mas aplica-se na mesma. Filmes grandiosos e espectaculares que adaptam obras extraordinárias de um género frequentemente desprezado. Cada vez há mais filmes baseados em livros de Fantástico, mas quantos com qualidade, e quantos se fariam sem a trilogia de LOTR? Ah pois!

Onde é que eu ia? Nas idiotices? Querem saber qual é a pior? A porcaria do CGI completamente desnecessário. Se há coisa que me enerva é o ar plástico com que os filmes ficam, quando abusam nos efeitos especiais, e foi o que aconteceu aqui. Depois de na trilogia isso apenas se notar no Gollum - o que foi perfeitamente desculpável tendo em conta a tecnologia da altura e a brilhante actuação de Andy Serkis - aqui está um pouco por todo o lado, dos exércitos, aos elfos, aos anões...


Há poucas coisas mais ridículas do que ver um Thorin Oakenshield em toda a sua magnificiência de rei guerreiro anão... Mas com a cara com consistência de cera. Ridículo, absolutamente ridículo. Assim como o Azog, o orc branco, que por algum motivo não foi feito à là pata, mas sim completamente em CGI, tornando-o ridículo e muito, muito pouco assustador.

Pronto, já passou. Ignorando isso é assim, o filme não é propriamente espectacular, mas é bom. É preciso ter em conta a nostalgia de ser o último filme (como se eu acreditasse nisso), mas pronto. Este último é um bocadinho diferente do resto da trilogia, principalmente em termos de ritmo, que me causou alguma estranheza na brusquidão da mudança do Thorin de líder rígido para rei déspota, mas me deixou bastante satisfeito no seu regresso a pessoa decente.

Martin Freeman como Bilbo foi outro achado que compensou grande parte dos problemas do filme. O tipo está para lá de impecável. O seu papel aqui é mais discreto, mas tão ou mais importante do que nos outros filmes, o que é simplesmente extraordinário.


Também é de louvar a capacidade em conjugar as várias histórias - apesar do problema de ritmo que já mencionei - principalmente quanto todas convergem para uma grande batalha épica. Que foi óptima, já agora. Um anão de martelo de guerra a lutar em cima do seu porco couraçado? AH! Fantástico!

Gostava de ter visto um bocadinho mais de Gandalf e companhia, toda a história do White Council. Pareceu-me muito interessante, especialmente por só envolver personagens de peso: Gandalf, Saruman, Elrond e Galadriel. Todos incríveis. Foi pena, mas compreendo que não podiam ter tido muito mais tempo de antena, para a história principal que se estava a contar.

Foi um bom filme, e querem saber o que é interessante? Acho que o universo já ficou contido nestes seis filmes, e relativamente fechado, digamos assim, mas... Quero mais. E acredito que ainda vai haver mais qualquer coisa!

2 comentários:

Anónimo disse...

Acho que a introdução de novas personagens abonou em favor do filme ao contrário do que muita gente acha.

A qualidade do livro é imensa.
Mas o filme é outro espectáculo e ganhou muito com algumas presenças como as do White Council ou com a presença especialmente do "ninja" Legolas - o tipo é o elfo mais fixe de todos os tempos; não há outro igual.
A história de Tauriel também me agradou, ainda que estivesse à espera da morte dela... mas serviu de guia a Legolas e ao seu pai.

Quanto aos efeitos, é sempre a velha história.

Tenho no entanto que te dizer que maior parte dos livros de fantasia se tivessem os orçamentos que o Senhor dos Anéis e o Hobbit tiveram, bem como o tempo de filme destes, veríamos bem mais filmes de qualidade como estes.

O último caso é o do Sétimo Filho (Muitos bons actores mas pouco tempo para contar um livro quanto mais dois...), mas posso elencar o Eragon também. Acho sinceramente que obras como o Pistoleiro, o Nome do Vento ou o Homem Pintado merecem grandes produções e grandes orçamentos.
Caso contrário, mais vale não irem para o cinema.


Quer queiramos, quer não... o que faz mexer o mundo é o dinheiro.
Não havendo este... não se fazem filmes com a qualidade do senhor dos anéis...

Abraço
Francisco Fernandes

Rui Bastos disse...

Da Tauriel não gostei mesmo nadinha... O Legolas é fixíssimo, é verdade, mas está aqui metido um bocado a martelo!

Depois tinham o Beorn que não aproveitaram como deve ser, o que é ridículo.

De resto concordo contigo. Um bom orçamento e esses filmes saíam um mimo!