quarta-feira, 11 de março de 2015

Para onde vai o índio (XIII #2)


Argumento: Jean Van Hamme
Arte: William Vance
Tradução: Rui Freire


Opinião: Para começar, eu tinha razão. O primeiro volume desta colecção funciona como apresentação, e é a partir deste segundo volume que o enredo arranca a sério e tudo fica mais interessante.

O mais notável é a forma como o tipo, o XIII, não consegue ter descanso. Faça ele o que faça, acaba sempre envolvido nas piores desgraças e conspirações. Tudo feito de forma a que o enredo avance a um bom ritmo e, melhor ainda, se vá complicando de forma praticamente exponencial.

Revelação atrás de revelação, XIII tenta navegar pelo mundo em que se vê caído, incapaz de perceber totalmente o que se passa, devido à sua amnésia. Pormenor esse que é incrivelmente bem explorado, com XIII a gostar cada vez menos daquilo que vai descobrindo sobre a sua identidade.

É uma perspectiva bastante curiosa e que me agradou. A arte continua refrescante, para ser honesto, com um traço firme e detalhado, e uma enorme atenção aos pormenores e aos cenários.

Aquilo que retiro deste livro é que mal posso esperar para pegar em mais, porque isto de facto começa a ficar emocionante. A história relativamente banal evoluiu muito bem para algo que ameaça tornar-se fascinante, com várias voltas e reviravoltas que nunca deixam o leitor ficar demasiado confortável com aquilo que sabe. As personagens estão muito bem caracterizadas, nunca revelando quem sabe mais do que demonstra, simplesmente por lhes dar, a todas, um ar e acções levemente suspeito e misterioso.

A desgraça de XIII é isso mesmo: todos parecem esconder alguma coisa e saber mais do que ele, sobre ele próprio. A amnésia dificulta-lhe imenso a vida, mas ele lá se vai safando das encrencas em que se vê envolvido. Não sei é se conseguem aguentar esta história por muito tempo, mas não quero fazer julgamentos precipitados. Depois deste livro, tenho alguma confiança!

2 comentários:

Optimus Primal disse...

Realmente ele é um iman para as encrencas,as vezes criadas por ele ou pelos seus "perseguidores"

Rui Bastos disse...

Não me lembro da última personagem que vi com tanta vontade de se ver metido em alhadas!