Argumento: Jeph Loeb
Arte: Tim Sale, Gregory Wright
Tradução: José de Freitas, Filipe Faria
Opinião: Estão a reconhecer a dupla Loeb e Sale? Não? Então referencio-vos para uma opinião que escrevi no início do ano: Hulk - Cinzento. Espreitem que rapidamente vão perceber o quão excitado eu fiquei por pegar neste livro (e na segunda metade).
Infelizmente, não é bem a mesma coisa. Mas não é por falta de qualidade, antes pelo contrário, esta história só iria funcionar assim. Uma abordagem como a de Hulk nunca iria dar bom resultado, e tanto Jeph Loeb como Tim Sale provaram estar à altura do Cavaleiro das Trevas e do extraordinário plantel de aliados e inimigos que desfilam nestas páginas.
O Longo Halloween, sequela quase directa de Batman - Ano Um, conta várias histórias. E tal como em Ano Um, todas elas dão um protagonismo relativamente baixo a Batman/Bruce Wayne, especialmente tendo em conta que isto é uma história do Batman.
A razão é simples: medo. Em Ano Um, o Batman apercebe-se que a única forma de ser um herói eficaz é aterrorizar os seus inimigos. Tem que ser mais do que humano e mais do que um herói... Tem que ser uma figura imponente e misteriosa. Só assim será capaz de controlar uma Gotham infestada de pequenos e médios vilões com muito pouco que recear.
O que este livro traz de novo é o começo de um importante ponto de viragem para Gotham, que muda de um domínio da máfia para um domínio dos super-vilões, que vão fazendo as suas aparições de forma lenta e calculada pelos autores de forma a criar mais impacto.
A passagem do maléfico testemunho é feita de forma subtil. Há um assassino algures que anda a matar pessoas importantes do mundo do crime em dias que sejam feriados, e a máfia começa a empregar vilões especiais, super-vilões em potência, para tentar descobrir o que se passa e ajudar a controlar os danos.
Mas é óbvio que pouco se pode concluir, por enquanto, uma vez que falta metade da história. Aquilo que sei é que este é um livro fantástico, e que deixa as expectativas em alta para a segunda metade. A arte de Sale é qualquer coisa de especial, expressiva como há poucas, e a abordagem, ligeiramente diferente da de Hulk, é mais focada em realçar os extremos, desde a personalidade insana do Joker, sempre desenhado em grandes planos, com todos os detalhes, até à presença calma e mundana de Jim Gordon, uma figura banal e muito parecida a tantas outras.
Absolutamente fantástico, é que vos digo. Vou definitivamente manter esta dupla debaixo de olho.
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