Título: As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy
Autores: Filipe Melo e Juan Cavia
Sinopse: Imagina que todas aquelas histórias que lhe contavam quando era pequeno... são verdade! Durante a Segunda Guerra Mundial, todas as criaturas sobrenaturais procuraram refúgio em Portugal. Vampiros, lobisomens, gárgulas e fantasmas vivem pacificamente, nas sombras, entre os humanos. Porém, no subsolo, o pior de todos os monstros ganha forças e prepara o seu regresso. Um jovem distribuidor de pizzas, um investigador do oculto, um demónio de seis mil anos e a cabeça de uma gárgula serão os únicos capazes de fazer frente às forças do mal que ameaçam a Humanidade.
Opinião: Estou bastante impressionado com os desenhos deste livro. O argentino Juan Cavia, juntamente com o resto da equipa de artistas encarregue da obra, conseguiu dar-lhe um aspecto muito bem acabado, meio cartoonesco e bastante agradável à vista.
Já a história ficou um pouco aquém. Até gostei, mas acho que um bocadinho mais de planeamento e de desenvolvimento do enredo não tinha feito mal nenhum. A culpa provavelmente é de o livro ter sido originalmente pensado como um filme, como é mencionado na parte final,o Making-off escrito por Ana Markl. A eventual desistência dessa abordagem e a consequente forma final como BD que acabou por tomar podem ter prejudicado a história. Mas como o autor diz, o segundo volume já foi pensado como BD, logo de raiz, portanto há boas perspectivas para esse.
Ao longo destas páginas acompanhamos principalmente Dog Mendonça e Pizzaboy, que juntamente com uma cabeça de uma gárgula (hilariante até ao fim), partem numa busca por Pazuul, o demónio em corpo de rapariguinha que é o companheiro de Dog e que foi raptada por, e desculpem o ligeiro spoiler mas isto é demasiado engraçado, zombies nazis geneticamente modificados.
"Esperem, o quê?!", quase que vos consigo ouvir. Sim, zombies nazis geneticamente modificados, incluindo um Hitler monstruoso e decrépito, com o bigodinho impecavelmente arranjado e planos maléficos em alta para que se erga o Quarto Reich.
O papel dos nossos heróis vai ser exactamente impedir isso, no meio de muita porrada, pormenores um bocado inverosímeis, como a chegada atempada de uma equipa monstruosa para salvar o dia, no momento mais crítico de todo o livro. Mas por outro lado, isso e outras coisas que tais são parte dos clichés dos filmes de aventuras e afins que o autor quis incorporar, como forma de homenagem, e que não resultam mal de todo, ainda que eu preferisse que tivessem tido uma abordagem diferente.
Pizzaboy é o mais que típico herói acidental que se vê repentinamente envolvido em coisas que o ultrapassam por completo, e que juntamente com a cabeça de gárgula (volto a repetir, hilariante!) vai providenciar alguns dos momentos mais cómicos e palermas de todo o livro. Pazuul é uma personagem absolutamente fascinante, com o ar de menina inocente e queridinha, mas capaz de criar um banho de sangue à sua volta. Só tenho pena que tenha andado a maior parte da história desaparecido em combate. E Dog Mendonça. Uma espécie de anti-herói badass, com a sua gabardina e o seu porte gigantesco, e frases que me fizeram soltar autênticas gargalhadas.
Resumindo, As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy não foi a leitura excepcional que eu esperava, mas foi uma boa leitura, louca e divertida em partes iguais, e com uns desenhos fantásticos, que me deixaram curioso quanto ao segundo volume, que em princípio será melhor que este.
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