Autor: Frank Miller
Tradutor: João Miguel Lameiras
Sinopse: John Hartigan, o último polícia honesto de Sin City, está a poucas horas da reforma, quando o perverso filho do Senador Roark, o homem mais poderoso de Sin City, rapta uma miúda de 11 anos, chamada Nancy Callahan, e muda a sua vida para sempre.
Opinião: Foi completamente rendido a Sin City que comecei a ler este livro, e foi completamente rendido a Sin City que acabei de o ler. Aquele Sacana Amarelo atinge níveis tão elevados como o primeiro volume, na minha opinião.
Frank Miller volta a provar que há poucas histórias com tanto potencial narrativo e emocional como as histórias de vingança. Desta vez é um polícia à beira da reforma, John Hartigan, que mesmo no último dia de trabalho se vê envolvido no rapto de uma rapariga de 11 anos por um pedófilo.
Essa rapariga é Nancy Callahan, que vemos nos anteriores volumes, normalmente com muito pouca roupa. E se o que vimos é prenúncio do que aqui vai suceder, já sabemos que Nancy é a rapariga mais protegida da cidade, o que se confirma, com John Hartigan a fazer o papel de cavaleiro andante.
Hartigan é tramado, mas não cede. Aguenta estoicamente o que tem que aguentar para manter Nancy a salvo. Mas como não podia deixar de ser, algo corre mal, e a partir daí é ver os enxertos atrás de enxertos de porrada e violência que se sucedem.
O sacana amarelo do título é literalmente um sacana amarelo. Pela primeira vez em quatro livros aparecem mais cores além de branco e preto: o amarelo do sacana, tão vívido e aberrante em comparação com o resto do desenho. Este toque de cor nada subtil acaba por se enquadrar bastante bem na narrativa, dando o devido destaque à personagem e ajudando a criar um sentimento de repugnância partilhado entre o leitor e as outras personagens.
Algo que me tenho esquecido de mencionar é as ligações que os livros têm uns com os outros. Não me lembro de grandes referências no terceiro, para além de se saber que acontece a seguir ao segundo, mas a história do segundo cruza-se com a do primeiro, e a deste vai inclusivamente atrás do primeiro e encontra Dwight, personagem do segundo e terceiro livro, a queixar-se da mulher que tantos problemas lhe vemos trazer depois. São pormenores que facilmente passam despercebidos mas que contribuem para a solidez da narrativa.
Em suma, posso dizer que gostei muito deste livro e que estou definitivamente rendido à mestria de Frank Miller enquanto contador de histórias sombrias e violentas e enquanto artista gráfico. O estilo que usa em Sin City, com os seus implacáveis jogos de sombras e, no caso deste livro, pequenos toques de cor bem planeados, transmite uma intensidade fora do comum às histórias e permite o tal envolvimento do leitor no ambiente de Sin City. Muito bom.
Frank Miller volta a provar que há poucas histórias com tanto potencial narrativo e emocional como as histórias de vingança. Desta vez é um polícia à beira da reforma, John Hartigan, que mesmo no último dia de trabalho se vê envolvido no rapto de uma rapariga de 11 anos por um pedófilo.
Essa rapariga é Nancy Callahan, que vemos nos anteriores volumes, normalmente com muito pouca roupa. E se o que vimos é prenúncio do que aqui vai suceder, já sabemos que Nancy é a rapariga mais protegida da cidade, o que se confirma, com John Hartigan a fazer o papel de cavaleiro andante.
Hartigan é tramado, mas não cede. Aguenta estoicamente o que tem que aguentar para manter Nancy a salvo. Mas como não podia deixar de ser, algo corre mal, e a partir daí é ver os enxertos atrás de enxertos de porrada e violência que se sucedem.
O sacana amarelo do título é literalmente um sacana amarelo. Pela primeira vez em quatro livros aparecem mais cores além de branco e preto: o amarelo do sacana, tão vívido e aberrante em comparação com o resto do desenho. Este toque de cor nada subtil acaba por se enquadrar bastante bem na narrativa, dando o devido destaque à personagem e ajudando a criar um sentimento de repugnância partilhado entre o leitor e as outras personagens.
Algo que me tenho esquecido de mencionar é as ligações que os livros têm uns com os outros. Não me lembro de grandes referências no terceiro, para além de se saber que acontece a seguir ao segundo, mas a história do segundo cruza-se com a do primeiro, e a deste vai inclusivamente atrás do primeiro e encontra Dwight, personagem do segundo e terceiro livro, a queixar-se da mulher que tantos problemas lhe vemos trazer depois. São pormenores que facilmente passam despercebidos mas que contribuem para a solidez da narrativa.
Em suma, posso dizer que gostei muito deste livro e que estou definitivamente rendido à mestria de Frank Miller enquanto contador de histórias sombrias e violentas e enquanto artista gráfico. O estilo que usa em Sin City, com os seus implacáveis jogos de sombras e, no caso deste livro, pequenos toques de cor bem planeados, transmite uma intensidade fora do comum às histórias e permite o tal envolvimento do leitor no ambiente de Sin City. Muito bom.
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