quinta-feira, 4 de abril de 2013

At the Mountains of Madness


Título: At the Mountains of Madness
Autor: H.P.Lovecraft

Sinopse: Long acknowledged as a master of nightmarish visions, H. P. Lovecraft established the genuineness and dignity of his own pioneering fiction in 1931 with his quintessential work of supernatural horror, At the Mountains of Madness. The deliberately told and increasingly chilling recollection of an Antarctic expedition’s uncanny discoveries–and their encounter with untold menace in the ruins of a lost civilization–is a milestone of macabre literature.

Opinião: Ler Lovecraft é sempre uma experiência tremenda, digam o que disserem. A capacidade que o autor tem de nos fazer mergulhar na sua mitologia monstruosa, cósmica e assustadora é simplesmente fora do normal. At the Mountains of Madness não é excepção.

Usando temas e conceitos recorrentes na sua obra, como o medo do desconhecido, os Elder Things, os Shoggoth, alusões a Cthulhu e R'lyeh, bem como outros deuses e lugares da sua mitologia, Lovecraft tem aqui um pequeno livro com um estilo em tudo muito típico.

A longa introdução, as personagens que são académicos, as longas explorações e explicações do que se está a passar, uma tensão que aumenta lentamente de tom até se tornar quase insuportável e ameaçadora... Tudo isto é bastante típico de Lovecraft, e são coisas que o autor usa com uma mestria inigualável.

Poucas páginas depois de ter começado a ler, já estava a ler referências ao Necronomicon e coisas que tais, ainda tudo muito calmo e sereno. Haviam apenas alguns indícios iniciais das desgraças que iam suceder, pois o narrador conta a história na primeira pessoa e depois de tudo ter acontecido, com o intuito de impedir outros de fazerem a mesma viagem que ele (outra noção bastante comum nos escritos de Lovecraft).

Como já disse, a introdução é longa. A narrativa ambienta o leitor e deixa-o à vontade com o cenário e as personagens, cedendo apenas em pequenos detalhes e comentários do narrador, que vão criando um ambiente misterioso e de algum suspense, até que ocorre uma tragédia. A partir daí é sempre a andar. Sem dar por isso estava a acompanhar os protagonistas nas suas explorações quase como se estivesse ao lado deles, a beber, fascinado, os rios de informação sobre a mitologia de Lovecraft que estas iam revelando, sempre à espera de um ser ou maligno e inenarrável ao virar da esquina.

E Lovecraft não decepciona. Depois de uma longa viagem em que a expedição chega mesmo a ser esquecida em detrimento de verdadeiras avalanches de conhecimento mitológico lovecraftiano, a tensão chega a um máximo e tudo descamba nos momentos finais, acelerados e de pôr o coração aos pulos, com as devidas caídas na loucura, momentâneas ou não, das personagens.

Em suma, é o típico Lovecraft, numa extensão um bocado superior ao que estou habituado, mas que prova a mestria deste autor no género do terror.

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