segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Antologia Fénix III [1/2]

Título: Antologia Fénix III
Autores: Alexandra Rolo, Álvaro de Sousa Holstein, Ana Luiz, Anton Stark, Carina Portugal, Carlos Alberto Espergueiro, Carlos Silva, Carol Louve, Daniel Libonati Gomes, Francesc Barrio, Gabriel Martins, Inês Montenegro


Opinião: Decidi dividir esta opinião ao meio porque quero falar um pouco de cada conto sem a alongar demasiado. Cá vai. Para ajudar à festa são tantos, que vou fazer uma lista e tudo.

  • Biscoitos de Natal, por Alexandra Rolo, minha colega da Oficina de Escrita da Trëma, é um conto interessante e ligeiramente sanguinário, como não podia deixar de ser para quem a conhece. Gostei da escrita e do twist arrepiante.
  • Um conto de Natal, por Álvaro de Sousa Holstein, é um conto de que não gostei. É demasiado confuso e dá a sensação de ficar incompleto, enfim, um conto mediano cujas inspirações lovecraftianas não conseguiram salvar. Ainda por cima tem uma utilização de vírgulas excessiva e dolorosa, que quebra completamente o ritmo da leitura.
  • Uma Questão de Nervos, por Ana Luiz, um conto que achei confuso, não propriamente cativante nem interessante. Há um duende que quer dar uma poção transformadora a outro, mas o Pai Natal impede-o, e ele depois fica a pensar numa poção aniquiladora... Não percebi muito bem, confesso.
  • Um Último Presente, por Anton Stark, agradou-me bastante. Tem um final bastante satisfatório e uma escrita cuidada e cativante, além de que a ideia em si, da qual não posso revelar muito, mas que envolve uma Mãe Natal algo pecaminosa, é bastante porreira!
  • Frio, cada vez mais Frio, de Carina Portugal, também me agradou, embora não me tenha satisfeito completamente. A ideia é boa, e o conto é emotivo, mas o tom não é consistente em toda a sua extensão, o que estragou um bocadinho a coisa. Mas foi dos que mais gostei, ainda assim, e teve um final tão, mas tão triste...
  • Tomar a nuvem por Juno, de Carlos Alberto Espergueiro, tem uma ideia bem porreira, mas uma execução fraquinha, não fiquei nada fã da escrita e isso não me permitiu apreciar o conto como deve ser.
  • Natal no abrigo, de Carlos Silva, é outro de cuja escrita não fiquei fã, mas este achei muito bom. A ideia e a forma como está explorada é bem porreira, e fiquei com vontade que o conto tivesse mais umas poucas palavras, para ficar a saber mais qualquer coisa.
  • O Presépio, de Carol Louve, é simplesmente creepy. O que abona claramente a seu favor! Sacanas dos bonecos... Enfim, gostei!
  • A Revolução Polonórtica, de Daniel Libonati Gomes, não tem uma escrita que me tenha agradado muito, mas tem uma história bastante engraçada.
  • Disfraces, de Francesc Barrio, é o primeiro conto em espanhol (ou galego, ou sei lá) da antologia, e ainda consegui ler mais ou menos, embora tenha demorado um bocado a perceber o twist, do qual acabei por gostar embora não faça grande sentido. Quanto à escrita não me pronuncio, por motivos óbvios.
  • Noite de Sonho, de Gabriel Martins, é um conto bem porreiro e, vá, bonito. A ideia do Sonho vs Destino, com o ligeiro twist no fim é muito boa e passa uma mensagem poderosa. É o meu favorito até aqui, e ainda por cima lembra-me um pouco o Sandman, do Gaiman...
  • O Anjo, de Inês Montenegro, não é nada mau, mas nem liguei muito a história. A escrita é que é fenomenal! Fiquei fã.
A opinião do resto dos contos aparece na quarta feira, assim como algumas considerações gerais, mas até agora posso dizer que foi uma leitura agradável, sem ser nada de extraordinário. Há algumas coisas que me fazem espécie, mas falo disso para a próxima.

4 comentários:

Anton Stark disse...

Muito obrigado pela tua opinião do meu conto, ainda bem que gostastte : )

Rui Bastos disse...

The pleasure was mine! Esta antologia fez-me ver que tenho que me dedicar a explorar os novos autores portugueses que por aí andam, que participam maioritariamente em coisas deste tipo. Muitos costumam disponibilizar contos e livros gratuitos (ou ao preço da chuva) em formato digital, e não sei porquê mas acho que isso é kinda overlooked.

Anton Stark disse...

Concordo. Não sei se não será uma questão de simples vergonha ou falta de produção. No meu caso, é por eu não escrever maioritariamente em Português, não me fazendo portanto muito sentido espalhar aos sete ventos produção própria que nem toda a gente consegue ler.

Rui Bastos disse...

Falta de produção não me parece, que todas as semanas vejo umas 3 pessoas diferentes a anunciar qualquer coisa. No grupo da Trema a frequência não é tanta, mas anda lá perto...

Se escreveres em inglês não vai causar traumas a ninguém :)