Título: The Lazarus Vendetta
Autor: Patrick Larkin (e Robert Ludlum)
Opinião: Desenganem-se rapidamente de duas coisas: o facto deste livro ser o quinto de uma série é completamente irrelevante, e o autor no verdadeiro sentido da palavra é Patrick Larkin.
Passo a explicar: a sequência e continuação dentro da série é um aspecto secundário, há apenas pequenos pormenores em que se nota que o autor faz referências a livros passados, mas nada de especial. As personagens são bem caracterizadas, os acontecimentos bem explicados, e nada se perde.
Agora o autor. Como se vê na capa, aparece ROBERT LUDLUM em letras garrafais, seguido de um "Robert Ludlum e Patrick Larkin". Eu pensei que o autor era o Ludlum e que o Larkin tinha dado uma ajuda. Mas não. Ludlum morreu antes do primeiro livro da série ser sequer escrito!
Ele criou a série, deixou uma série de notas e guias, e um grupo de escritores, como Patrick Larkin, é que escreveram de facto os livros.
Embora esta abordagem me faça alguma confusão, não condeno, é a faceta empresarial da escrita: cria-se um produto, arranja-se alguém que execute, fazem-se rios de dinheiro. Se o livro ficar bem feito, não me queixo (muito). O que me chateia é a forma como enganam o leitor: em lado nenhum se deixa bem claro que quem escreveu o livro foi Patrick Larkin e não Robert Ludlum. Só o soube depois de uma pequena pesquisa.
Mas tirando estes dois pormenores, tenho a dizer que gostei do livro, embora não o tenha achado nada de especial. É um thriller político e ambientalista, em que os ambientalistas que condenam os avanços tecnológicos, especialmente as nanocoisas, são os verdadeiros vilões. Nada de muito novo. O que o autor consegue fazer é escrever um relato cativante sobre um Jon Smith, membro da Covert-One, uma organização tão secreta que nem as organizações secretas americanas sabem que ela existe, e a sua busca por respostas.
O protagonista está bem construído, e explora bem a dicotomia entre Jon Smith, o cientista especialista em microbiologia, e Jon Smith, o agente secreto (vulgo espião) topo de gama. O resto das personagens também é bastante interessante, mas apenas uma consegue roubar algum do protagonismo de Jon, Peter Howell, agente reformado do MI6, com a sua forma de falar exageradamente britânica e um carisma muito peculiar.
As intrigas andam sempre ao rubro, mas o mistério não é grande mistério: antes de metade do livro já eu tinha topado o que se andava a passar. Destaque no entanto para as personagens dos Horatii, um trio de assassinos gigantescos geneticamente melhorados com uma presença imponente em cada página em que aparecem.
A pior parte foi mesmo o fim, não exactamente pouco satisfatório, mas apressado. Todos conspiram, todos jogam a dobrar, o ritmo é tão acelerado que 400 páginas contam a história de mais ou menos 6 dias, e depois no fim tudo acaba demasiado facilmente. Gostava de ter visto mais complicações e um final mais elaborado, mas não ficou mau de todo.
2 comentários:
The Sigma Protocol e The Gemini Contenders
Anotado.
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