Foi o título que me atraiu, neste livro, e era dos poucos que fazia parte daqueles desta colecção que eu queria, sem conhecer nem o livro nem o autor. Só pelo título, agarrou-me.
E não me decepcionou, pois apresenta uma narrativa que, ainda que confusa, me prendeu, e não me deixou descansar enquanto não acabasse o livro. Uma narrativa intensa, com descrições sufocantes da África Negra, e das condições que por lá se viviam, aquando da colonização inglesa.
A história é contada por Marlow, uma espécie de aventureiro por obrigação, que tem como missão resgatar o enigmático Kurtz, uma personagem que tem tanto de misteriosa como de fascinante, já que só aparece no final do livro, mas que tem descrições espalhadas por todo o livro.
Relatos sempre de terceiros, que, às vezes, até os ouviram de outros, e limitam-se a transmitir, com partes iguais de medo e de reverência, histórias que já foram, provavelmente, embelezadas, para causar mais impacto. O mais impressionante que Conrad conseguiu fazer com esta obra, foi fazer com que eu sentisse o entusiasmo de Marlow em conhecer esse tal Kurtz, tal era a mistificação à sua volta!
Mas este livro, que para nós é quase um romance histórico, era, na altura em que foi escrito, um relato actual. É um livro que pretendia servir como forma de mostrar a realidade da colonização, com o ambiente sufocante que se vivia na África Negra, ou o facto de todos os homens brancos se destacarem, de parecerem completamente deslocados, por não se conseguirem habituar àquela vida, àquele sítio.
Um livro que aconselho a ler, mas de forma contextualizada. Leiam-no não nos dias de hoje, mas há umas décadas, quando a colonização inglesa da África Negra era uma realidade. Ganha toda uma nova dimensão.
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