terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Virgem e o Cigano

Mais um autor que eu não conhecia, mais um autor sobre o qual vou ter que descobrir mais obras. Sem saber o que esperar, gostei.

Gostei da escrita, gostei da história... Bem, mais ou menos. A história começou por me parecer meramente aborrecida. Não tinha nada de interessante. Mas depois de algumas páginas lidas, lá me deixei envolver pela história, cada vez mais, a cada página que virava.

É que embora tenha um arranque lento, que não me conquistou minimamente, o desenvolvimento é interessante, sem que aconteça de facto nada de muito especial. Quer dizer, acontecem várias coisas, mas não há um acontecimento que chame a atenção, como se vê em alguns livros, qualquer coisa que depois de lida, dá aquela impressão "então é isto...".

Neste, nem por isso. Fala sobre uma família rigorosa, com a matriarcal Mater, cega, a entrar nos 90, e rabugenta; a tia Cissie, fortemente reprimida, e de certa forma "condenada" a servir Mater, a sua mãe; o tio Fred, ligeiramente apagado; o pároco, homem abandonado pela mulher, Cynthia, que o deixa com as suas filhas, Lucille e Yvette.

Lucille e Yvette, duas raparigas modernas, fartam-se constantemente do estilo de vida que levam, debaixo da asa de Mater, tal como toda a família. A diferença é que elas importam-se. A tia Cissie também se importa, não fosse ela praticamente escrava da mãe, mas o ódio que sente encontra sempre outras escapatórias, e ela acaba por descarregar noutras pessoas.

Com esta conversa toda, devem-se estar a perguntar o porquê do título deste livro. Bem, é bastante auto-explicativo, depois de se lá chegar, quando Yvette visita, juntamente com uns amigos, um acampamento cigano, e a impressão que este causa nela é quase demasiado forte para ser expressa por palavras. E depois, quando parece que tudo está calminho, e que só pode haver um desenvolvimento... BAM, tudo muda, em meia dúzia de palavras!

O fim! E que fim! Completamente arrebatador! Compensou todos e quaisquer momentos mais mortos, isso vos garanto. E marcou D.H. Lawrence como mais um autor a descobrir melhor.

2 comentários:

Pedro disse...

Tenho aqui por ler. Fá-lo-ei!!!

Já agora, então não criticas a qualidade da edição? xD faltou só isso hehe

Rui Bastos disse...

Lê, lê, merece uma oportunidade!

Epah, eu já nem critico a edição... é como dizer que a Terra é redonda, é uma coisa óbvia xD